Com delicadeza e verdade Vicka abre o coração sobre seus novos singles, a liberdade criativa do futuro álbum “Entre a Calma e a Loucura” e o poder de transformar o simples em arte.
Dona de uma voz doce e letras que abraçam o cotidiano, Vicka estampa a nova capa digital da Conexão Magazine. A artista lançou recentemente os singles Acordar Com Você e Tudo Vai Conspirar, e agora se prepara para o lançamento de seu novo álbum, Entre a Calma e a Loucura. Entre introspecção e leveza, o projeto reflete um mergulho profundo em sua própria essência, um encontro entre o autoconhecimento, a serenidade e a vontade de viver com intensidade cada instante.
Em Acordar Com Você, parceria com Marina Aquino, Vicka revela sua paixão pelos “milagres cotidianos” e pelas sutilezas da vida, transformando o simples em poesia. Já em Tudo Vai Conspirar, colaboração com Nathan Carvalho, ela aposta em uma sonoridade ensolarada e otimista, que traduz a energia boa das relações leves e da esperança que move o coração. Essa dualidade, entre o contemplativo e o vibrante, é justamente o fio condutor do álbum que está por vir.
Gravado de forma independente e com total liberdade criativa, o disco traz colaborações especiais e reafirma a autenticidade que marca o trabalho da artista. Vivendo em Dublin, Vicka carrega na bagagem novas influências e experiências que expandem sua visão de mundo e refletem diretamente em sua arte.
Em entrevista exclusiva para a Conexão Magazine, Vicka fala sobre o processo criativo, suas parcerias, a busca pelo essencial e o amadurecimento artístico que guia esta nova fase de sua trajetória.
“Acordar Com Você” traz uma delicadeza muito bonita, celebrando os pequenos gestos e a simplicidade da vida. De onde vem essa sua conexão com o cotidiano e como transformar isso em música tem feito parte do seu processo criativo?
Gosto de escrever sobre o que acredito e sobre a forma como enxergo o mundo. Sempre senti que o segredo da vida está nos detalhes, aqueles que muitas vezes passam despercebidos na correria da rotina. A inspiração para essa canção veio de um conto de Rubem Alves, em que ele fala sobre os “milagres cotidianos”. Isso me despertou uma vontade de traduzir o simples em música. Compartilhei essa ideia com a Marina depois de uma conversa sobre como gostamos do silêncio das manhãs, e dali nasceu “Acordar Com Você”. A música veio naturalmente, junto com a nossa conexão com a mensagem e com essa simplicidade que ela carrega.
Essa parceria com a Marina Aquino soa como um encontro de almas artísticas. Como foi esse processo de composição e o que mais te marcou nessa troca entre vocês?
A voz e a calma da Marina se conectam muito com o que venho compondo e com as mensagens que gosto de transmitir. Foi um encontro muito feliz e acredito que ainda vai render muitas outras canções. Começamos a compor por videochamada e finalizamos a música na sala do apartamento dela, entre risadas e cafés. Além da música, nasceu uma amizade, uma cumplicidade verdadeira e uma troca de ideias muito bonita. Aprendemos muito uma com a outra e isso, pra mim, é o que torna a música ainda mais especial.
Ouça o single:
Em “Tudo Vai Conspirar”, seu novo single, a atmosfera muda completamente: é ensolarada, praiana e cheia de boas vibrações. Como nasceu essa faixa com o Nathan Carvalho e o que ela representa pra você dentro do álbum?
A ideia do riff e da melodia do refrão veio do Nathan, meu parceiro de longa data. Ele tem essa paixão pela percussão e pela rítmica baiana, que acabou refletindo muito na produção da faixa. Queríamos algo que representasse os dois artistas e “Tudo Vai Conspirar” acabou celebrando nossa amizade de tantos anos e tantas canções. Ela fala sobre um amor tranquilo e paciente, como um pescador que espera o momento certo de o peixe fisgar o anzol. É uma música leve, solar e cheia de esperança.
“Tudo Vai Conspirar” traz uma energia completamente diferente: solar, dançante e otimista. Você sempre teve essa vontade de explorar sonoridades mais ensolaradas, com essa vibe praiana?
Eu gosto de transitar entre estilos e sonoridades, me sinto livre nesse processo. Essa faixa, em especial, tem muito do Nathan, que é baiano e carrega esse suingue natural. Desde o início sentimos que ela precisava ter essa leveza, essa energia boa e praiana que a letra sugere. Foi uma forma de explorar um lado mais ensolarado do meu trabalho, sem perder a essência das minhas canções, que sempre buscam transmitir verdade e sentimento.
Ouça também:
O álbum “Entre a Calma e a Loucura” já mostra, só pelos singles, uma dualidade entre introspecção e leveza. Como você definiria o conceito do disco e o que ele revela sobre o seu momento atual como artista?
“Entre a Calma e a Loucura” é um álbum que habita dois mundos: ele transita entre a introspecção e a leveza, entre a força e a vulnerabilidade. Fala sobre amor, autoconhecimento, instabilidade emocional e todos esses contrastes que fazem parte da experiência humana. Gravei de forma independente e com total liberdade criativa, o que me permitiu ser completamente verdadeira em cada faixa. A produção do Renato Patriarca, os arranjos dos músicos envolvidos e as colaborações com artistas que admiro muito como a Marina, o Nathan e a Roberta, tornam o projeto ainda mais especial. Esse disco é um reflexo do meu momento atual como artista e também um convite para que quem ouve possa se reconhecer nas próprias contradições e encontrar beleza no caos.
Tanto “Acordar Com Você” quanto “Tudo Vai Conspirar” têm em comum uma sensação de presença e verdade. Você sente que essa fase da sua carreira é sobre se reconectar com o simples, o natural e o essencial?
Sim. Acho que essa fase tem muito a ver com isso, com se reconectar ao simples, ao que é verdadeiro e essencial. As letras falam sobre autoconhecimento, esperança e transformação. Escrever é, pra mim, um encontro com quem eu sou. Tenho buscado estar cada vez mais alinhada com a mensagem que quero transmitir através das músicas, e acredito que essa sinceridade tem guiado naturalmente o meu caminho artístico.
Quais os próximos passos da carreira?
Meu foco agora é concluir o lançamento do álbum e fazer com que essas músicas cheguem a mais pessoas. Paralelamente, sigo morando em Dublin, vivendo novas experiências e descobrindo novas influências. Essa vivência tem ampliado muito o meu olhar sobre o mundo e sobre a arte e talvez seja o início de um novo ciclo, onde a minha música possa atravessar fronteiras e chegar ainda mais longe.
