Em uma cena artística em constante transformação, a autonomia tem se tornado uma ferramenta essencial para novos criadores. Para Luísa Locher, esse movimento é mais do que tendência, é um caminho de sobrevivência, expressão e possibilidades. A artista, que vem construindo sua trajetória com uma forte presença em projetos independentes, compartilha como assumir o próprio processo se tornou um divisor de águas em sua carreira.
Para ela, um projeto independente representa hoje possibilidades, autonomia criativa e laboratório. É onde histórias não precisam obedecer a formatos pré-estabelecidos e podem nascer diretamente de seus próprios olhares e inquietações. “É o espaço onde eu experimento, erro, descubro e me reencontro como artista. É onde eu posso ser ousada”, afirma. Segundo Luísa, a autoprodução abriu portas que antes pareciam distantes.
A virada de chave veio ao perceber que esperar oportunidades não seria suficiente para alcançar o que realmente desejava como artista. “O que eu queria não cabia apenas nos projetos que chegavam até mim”, conta. Tomar as rédeas do próprio processo se tornou, por si só, uma realização, e a responsável por ampliar o leque de caminhos possíveis.
Luísa também observa que sua geração vive uma relação completamente diferente com o fazer artístico. Munidos de celulares, ferramentas acessíveis e múltiplas plataformas, artistas passaram a escrever, produzir, dirigir e divulgar seus trabalhos de forma independente. Essa autonomia, para ela, deixou de ser exceção e passou a ser parte natural da criação contemporânea.

Mas nem tudo são flores. Entre os maiores desafios, Luísa destaca o acúmulo de funções e a limitação de verba em algumas produções. Ainda assim, acredita que organização e planejamento tornam o processo viável e recompensador. E é justamente na recompensa que mora a força para continuar: “Ver as pessoas se conectando e se inspirando com uma ideia que você acompanhou desde o início é transformador”.
Com uma visão madura e inspiradora, Luísa Locher reafirma a potência dos projetos independentes como motores de inovação, liberdade e renovação artística, não apenas para si, mas para toda uma geração que decidiu criar suas próprias oportunidades.









































