Existe o ditado que diz que não importa o que a vida fez com você, mas sim o que você faz com o que a vida fez com você. E quem conhece a história do rapper baiano Alee sabe das dificuldades que enfrentou para seguir com a carreira musical. O jovem, que teve problemas contratuais com sua antiga gravadora, canalizou o ódio e o transformou no projeto mais ambicioso da carreira. “CAOS” é o seu segundo álbum pela NADAMAL, selo de Filipe Ret, e estreou nas plataformas nesta segunda-feira (23).
A teoria do caos compreende que qualquer mudança nas condições iniciais de uma equação pode mudar tudo, gerando consequências imprevisíveis. E o álbum “CAOS” carrega essa imprevisibilidade em suas letras e beats. Abrindo com o ponto “A Malandragem Come Solta” em homenagem a Zé Pilintra, o projeto mistura sonoridades do trap e do jazz com composições sobre ódio, ambição e conquistas.
Como Alee reflete: “o objetivo desse álbum é pensar o que te move. É o amor? É o desejo? É a grana? O que me moveu nesse projeto foi o ódio”. E a partir dessa raiva, o artista versa sobre a sobrevivência nesse mundo hostil, onde teve que ser malandro e forte: “várias lembranças minhas são caóticas, como minha relação com a família, minha relação com a polícia, minha relação com a rua. Por isso o álbum leva esse nome”. Como consta no verso de “PASSADO DE UM VILÃO”, faixa-foco do álbum: “Todo menino cresce / E outros ‘dormece / Por isso eu fui pra pista fazendo mais dólar / Minha mãe foi mãe e pai / Por isso dói demais / Ver o único homem da casa indo embora”.
O jovem baiano Alee é um expoente dentro do cenário do rap nacional. Sua paixão pela música vem de dentro de casa – seu tio é o cantor Denny, que por muitos anos fez parte do grupo Timbalada junto a Carlinhos Brown. Sua carreira começou dentro do R&B, onde mostrou sua musicalidade e talento com lançamentos como “Bahia” e “Festa de Preto”.
“CAOS” vem depois do sucesso do álbum “DIAS ANTES DO CAOS”, seu primeiro projeto na NADAMAL que ultrapassa 25 milhões de plays só no Spotify. Para ele, “o primeiro álbum foi para apresentar a minha vibe e minha versatilidade. Já esse novo trabalho vem para firmar quem eu sou. Foi feito com mais intenção em cima de um conceito, as músicas tem ligação uma na outra. E estou feliz em conseguir lançar sem nenhum empecilho agora”.