Conexão Magazine

‘Aqui’: Marela estreia primeiro álbum guiada por vivências no Pará

Redação CM

Redação CM

4 de dezembro de 2025

Crédito: Fernanda Corsini

Com um mergulho simbólico no elemento terra e uma conexão visceral com a cidade de Belém do Pará, a cantora e compositora paulistana Marela lança seu primeiro álbum, “Aqui”, obra que marca sua chegada em um momento muito especial e expressivo da carreira autoral, além da consolidação de um universo próprio. 

“Este álbum exigiu de mim presença. Estar aqui. Estar com os pés no chão — literalmente e simbolicamente”, diz a artista, que vê o projeto como a consolidação de um sonho de vida. “É por isso que o disco se chama ‘Aqui’. Por muito tempo eu não achei que conseguiria ter um disco… Chegar aqui é um projeto de vida concretizado”, celebra Marela.

A obra aprofunda conceitos que a cantora começou a desenvolver em seu EP de estreia, “Marela” (2022), mas agora expandidos em amplitude temática e sensorial. “O álbum nasce do desejo de falar sobre a mesma essência a partir de diferentes pontos de vista: a feminilidade — seja ela conectada à natureza ou ao cotidiano”, explica. Ciclicidade, poder, vulnerabilidade e autoconhecimento estruturam as camadas do disco, dividido em três eixos: a relação com o todo, com o outro e com o espelho — todos representados por uma espiral que simboliza o movimento da terra e dos próprios ciclos humanos.

Com sonoridade orgânica e calorosa, “Aqui” se ancora na MPB contemporânea, mas incorpora influências que vão do surf music ao reggae, do indie pop ao bolero, da música espiritual à new age. “É uma música mais ligada ao percussivo, ao acústico, às sonoridades tropicais, mas ainda dentro da MPB”, resume a artista. A ordem das faixas foi pensada como a passagem natural de um dia: do frescor do amanhecer à introspecção da madrugada. “A ideia é criar um passeio sonoro… como se houvesse uma música para cada hora do dia”, comenta.

Das 12 faixas que compõem o álbum (sendo seis já lançadas), a faixa-foco é “Mar e Ela”, que abre o disco e funciona como manifesto da artista. Escrita após um mergulho no mar, a música nasceu como poema urgente. “Saí correndo da água para escrever no celular”, relembra. A canção, que trata da conexão simbiótica entre a mulher e o mar, já se tornou uma das mais queridas pelo público feminino: “Acredito que é uma música muito especial, tem status de hit, é atemporal”, diz.

Marela e Belém

Boa parte da força sensorial de “Aqui” vem também da relação estreita da artista com Belém do Pará, onde parte essencial do álbum foi produzida ao lado do produtor Marcel Barretto. “Toda vez que eu vou para lá parece que se abre um portal e minha vida muda completamente”, conta. Em uma casa no centro de Belém — dividindo dias e madrugadas com Marcel e a gata Gasparzinha —, Marela finalizou o disco sob a energia de uma superlua da colheita. “Sentimos muito a potência desse momento”, lembra. O Pará, que já havia marcado outras viradas pessoais e profissionais da artista, tornou-se novamente um ponto de transformação.

Para Marela, “Aqui” é tanto um convite quanto uma reintrodução ao público. “Eu entendo a minha voz e o meu lugar no mundo, então consigo defender este disco com muita coragem, autenticidade e amor”, afirma. Depois de um 2025 dedicado à produção e ao crescimento pessoal, ela chega ao lançamento pronta para ocupar novos espaços, circular com o show e apresentar o universo de Marela de forma plena no próximo ano. “Este álbum é a minha apresentação. Cheguei. Esta sou eu. Estou aqui”, finaliza.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS