Com seu mais novo single, “Foda-se”, André Rossi, que estampa a nova capa digital da Conexão Magazine, prova que o rock nacional continua vivo e pulsante. A faixa, lançada pelo selo Base Company e disponível em todas as plataformas digitais, surge como um hino de autenticidade e resistência, convidando o público a se libertar das expectativas alheias e a abraçar sua própria essência. Com uma sonoridade crua e explosiva, que mistura guitarras distorcidas e refrões gritados, a música é um verdadeiro convite para cantar junto e se entregar à vida de corpo e alma.
Em entrevista, André revela que a música nasceu como um desabafo pessoal, refletindo um período de busca por aceitação e liberdade interior. Ele fala sobre como a libertação dos julgamentos é um processo contínuo, e como seu próprio caminho, saindo do interior de Minas e vivendo na estrada, moldou sua visão artística e sua forma de se conectar com o mundo.
O cantor também reflete sobre vulnerabilidade e força, ressaltando que a autenticidade vem justamente de equilibrar esses lados. Para André, ser verdadeiro no cenário musical atual significa criar por paixão e não por interesses comerciais, mantendo a essência da arte intacta.
E por fim, ele deixa uma mensagem inspiradora para quem ainda tem medo de se expressar: o autoconhecimento é um processo contínuo, e a beleza da vida está justamente em vivê-lo, sem pressa, com coragem e autenticidade. Confira o bate papo completo:
“Foda-se” soa como um desabafo, quase uma catarse. Que momento da sua vida você estava vivendo quando essa música nasceu?
Essa música nasceu bem no começo do disco, quando tudo ainda era um sonho na minha cabeça. Eu passava por algumas confusões mentais, principalmente de aceitação comigo mesmo, e “Foda-se” acabou se tornando um desabafo real. Foi, inclusive, a primeira música que a gente gravou a porta de entrada pra que eu começasse a fazer o disco de verdade. Então, sem dúvida, foi um momento decisivo na minha carreira.
A faixa fala sobre se libertar dos julgamentos. Você sente que já conseguiu fazer isso na sua própria história?
Acho que a libertação é um processo. Tenho tatuado no peito “espírito livre”, mas a verdade é que essa liberdade é uma busca constante. Eu ainda sou preso a vícios e coisas que me puxam pra terra, e acredito que ninguém se liberta da noite pro dia. Mas, perto de tudo que já vivi, esse é o momento em que eu me sinto mais livre de opiniões e julgamentos, porque finalmente estou fazendo o que eu amo de verdade.

Muita gente está se identificando com essa mensagem? Como vem sendo o feedback do lançamento?
Sim, muita gente tem se identificado com o som, postando, ouvindo, compartilhando. E isso é muito importante, porque a música não fala só sobre mim. Ver que essa mensagem reflete no outro me motiva a continuar escrevendo músicas que toquem as pessoas de verdade. O feedback tem sido muito positivo, e eu tô muito contente com isso.
Seu som tem força, mas também vulnerabilidade. Como é equilibrar esse lado explosivo com o mais sensível dentro de você?
Eu acho que a força vem justamente da vulnerabilidade. Você precisa estar fraco pra entender que precisa ficar forte. Da mesma forma que, se existisse só felicidade, você não saberia que está feliz, porque é a tristeza que te faz compreender a alegria. Essa polaridade existe em tudo, e é ela que equilibra as coisas pra mim.
Você saiu do interior de Minas e construiu sua carreira na estrada. Como esse percurso influenciou o artista que você é hoje?
Minha trajetória transitando entre cidades influenciou totalmente quem eu sou. Eu acredito que a vida e a arte são processos de exploração. Quanto mais você vive momentos, conhece pessoas e culturas diferentes, mais você se aprofunda na humanidade, e isso reflete na arte. Transitar entre universos te dá uma visão mais ampla do mundo. Acho que todo artista deveria buscar isso: viver mais, explorar mais, conhecer mais gente. A verdadeira inspiração vem do viver de verdade.
Você fala muito sobre verdade e autenticidade. O que significa “ser verdadeiro” no cenário musical atual?
Pra mim, ser verdadeiro é fazer o que se ama. Hoje vejo muita gente no mainstream fazendo música só por dinheiro, e isso acabou virando algo normal. Mas essa normalidade fez a música perder um pouco da sua essência. A gente ouve muita coisa que soa vazia, feita só pra girar a indústria. E é aí que mora a mentira. A verdade está em criar algo porque você acredita naquilo, porque sente, não porque vai vender mais.
Se você pudesse mandar uma mensagem pra quem ainda tem medo de se expressar ou de ser quem é, o que diria?
Diria pra olhar mais pra dentro e aproveitar o processo da vida. A gente vive numa era em que todo mundo é perfeito na internet, mas na vida real é diferente. Todo mundo sofre, todo mundo está numa busca eterna por se encontrar. E não existe um tempo certo pra isso. Mesmo que você passe um dia, uma semana ou um ano inteiro tentando, nunca vai se sentir “pronto”. A busca pelo autoconhecimento é eterna, e o mais bonito é justamente viver esse processo.









































