Voz potente da cena afro amazônida contemporânea, a rapper Anna Suav apresenta um novo single mergulhando em sonoridades pop para exaltar a força, a beleza e a identidade do Norte do Brasil. A canção “Barril 092” vem sendo lapidada ao longo dos últimos três anos e chega para coroar uma trajetória cada vez mais consolidada – com uma contundência lírica que ressoa na mistura de beats de Rap, R&B, Drill e UK Garage. O novo single, já disponível nas plataformas, apresenta uma faceta mergulhada em referências pop, tanto sonoramente quanto visualmente. O registro audiovisual de “Barril 092” amplifica a narrativa da composição, tem a direção assinada pela própria artista, e está disponível em seu canal no YouTube.
Radicada em Belém e nascida em Manaus, Anna é uma das principais apostas da nova geração do rap feminino nacional. Sua arte nasce da vivência enquanto mulher preta, amazônida e LGBTQIA+, e encontra no território sua maior fonte de inspiração. “Essa música é sobre não esperar a validação de ninguém pra existir, pra sonhar alto ou pra conquistar o que é meu. É sobre ambição sim, mas uma ambição que nasce da vontade de mudar minha realidade e abrir caminho pra quem vem junto”, afirma Anna, que também assina a composição e direção criativa do clipe.
Em setembro de 2025, Anna Suav leva sua potência para além das fronteiras brasileiras, sendo uma das atrações musicais do Festival Trópix de Été, que acontece no dia 5, no emblemático espaço cultural Friche la Belle de Mai, em Marseille, França – data que comemora o Dia da Amazônia. A participação da artista no evento integra uma programação dedicada às expressões artísticas amazônidas e reafirma seu papel como voz fundamental na valorização e visibilização do protagonismo de mulheres negras da região no cenário internacional. No palco, Anna compartilha narrativas que combatem o racismo, o machismo e a xenofobia, difundindo, por meio da Cultura Hip Hop, um imaginário mais diverso, justo e representativo sobre o Brasil e seus territórios.
Com trabalhos aclamados como o EP Eva Grão (2021) e o álbum visual Ritual das Candeias (2022), Anna já se apresentou em festivais como o Rio 2C, Sons da Rua, Se Rasgum, Latinidades, Boogie Week e Primavera Sound (como participação no show de Karen Francis); além de ter passagem pelas principais casas de show do país, como Manouche e Circo Voador, no Rio de Janeiro, e Cine Joia, em São Paulo. Em 2024, sua trajetória artística alcançou um novo patamar com o reconhecimento da Academia Latina da Gravação, responsável pelo Grammy Latino, como uma das 10 rappers femininas que estão ‘dando nome’ ao Hip Hop brasileiro.
“Barril 092” marca o início de um novo ciclo artístico. “Vim do Norte e sigo construindo meu próprio corre, com verdade, coragem e visão”, evoca Anna Suav. O projeto é selecionado pelo Edital de Cultura Urbana e Periférica – Lei Paulo Gustavo 2023 (SECULT/PA), pelo Edital de Audiovisual Fomento Inciso I – Lei Paulo Gustavo 2023 (Fumbel) e pelo Edital Nº 007/2022 – CONCURSO-PRÊMIO MANAUS 2022 – THIAGO DE MELLO.
Vem conferir entrevista exclusiva:
De que forma sua identidade como mulher preta, amazônida e LGBTQIA+ molda a mensagem de empoderamento e ambição que você transmite nas suas músicas?
A minha identidade me anuncia e anuncia tudo que eu acredito e pertenço. Usar da minha música para comunicar tudo isso é muito importante pra mim, além do meu compromisso e responsabilidade com a cultura Hip Hop, que além de um movimento artístico, é um movimento político e ideológico. Levar essa representação de autoestima para meninas e mulheres negras, é algo que me motiva e me inspira a criar.
“Barril 092” é resultado de anos de construção. Como foi o processo de aprimorar essa canção e quais foram as inspirações sonoras e visuais?
Barril 092 é resultado de compromisso e confiança. Tanto eu, quanto minha equipe, nos comprometemos com a excelência que sempre imaginamos que esse projeto poderia ter, e excelência pede tempo. Eu sou uma rapper, mas eu sou fortemente influenciada pela cultura pop desde criança, pelas divas da música, e isso reverbera em tudo que eu faço. Na parte de produção musical, nós buscamos trabalhar com elementos da música eletrônica, com o funk e o trap. Na parte da produção audiovisual, nós nos debruçamos a pesquisar para representar a visualidade de uma Amazônia urbana periférica, já que cada periferia tem a sua linguagem.
De que forma essas raízes amazônidas influenciam sua estética?
Eu sou uma artista afro amazônida, as minhas raízes estão em tudo que eu sou, no meu sotaque, na forma que eu me comunico e como eu vejo o mundo. Em Barril 092, nós trouxemos a representação de vários signos da cultura do Norte de uma forma pertencente e cotidiana. Exemplos, o din din da Anna Suav, a bandeira de Parintins, os bois-bumbás Garantido e Caprichoso, o forró de galeroso, que é um movimento artístico cultural muito forte de Manaus, trouxemos o Ver-o-Peso, a Feira do Açaí, o Teatro Amazonas, tudo isso de uma forma orgânica de quem vive as metrópoles do Norte no seu dia-a-dia.
No clipe de “Barril 092” você também assina a direção. O que te motiva a assumir o controle criativo da música e também do audiovisual?
Eu sou apaixonada pelo que eu faço e eu sou muito criativa. Além da música, eu também atuo no audiovisual. Unir as minhas expertises pro meu próprio trabalho é algo que me contempla, saber que tem minha assinatura em cada etapa é algo que me gera pertencimento e fortalece a minha intelectualidade. Mas, obviamente, eu trabalho com uma equipe que além de muito profissional e afetuosa, também entende e mergulha no meu trabalho, assim, a gente assina obras incríveis que tem muitas inteligências envolvidas.
Sua participação no Festival Trópix de Été, na França, acontece justamente no dia da Amazônia. O que significa para você se representar dessa forma em um palco internacional nessa data?
Estar no Festival Trópix de Été, em Marselha, um dos pólos culturais mais agitados da Europa, no Dia da Amazônia significa para mim levar a potência do meu trabalho e do meu território pra outras fronteiras. Esse é o ano do Brasil na França, então eu me sinto animada, inspirada, e no desejo de fazer o meu melhor levando a minha cultura pro mundo.
Você já disse que “o topo é pouco” para onde quer chegar. Quais são os próximos passos e sonhos que você visualiza para sua carreira?
Eu percebo avanços significativos na minha trajetória e o anúncio nacional do que eu faço. Eu espero e desejo cada vez mais representar as minhas cidades, região, mostrando a Cultura Hip Hop e o Rap potente, criativo, ousado e diferenciado que pulsa fora do eixo. A Região Norte é o pólo cultural do Brasil, e cada vez mais precisamos ser reconhecidos e valorizados por todas as entregas que fazemos.




































