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Capa Digital | Daniel Romano Hajaj | Ed. 19

Redação CM

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2 de maio de 2024

CAPA DIGITAL | Conexão Magazine

O advogado Daniel Romano Hajaj iniciou sua carreira no ano de 1998, em seu primeiro ano da faculdade, como estagiário, tendo, no ano seguinte, ingressado em banca de advogados com forte atuação em ações pró-banco, especialmente, busca e apreensão de veículos.

Após a conclusão da faculdade e sua aprovação no exame de Ordem, em dezembro de 2006 e fevereiro de 2007, respectivamente, retornou a atuar para instituições financeiras, tanto no pólo ativo quanto no pólo passivo.

Sua atuação em favor das casas bancárias se findou em dezembro de 2009 quando se desligou de uma das maiores bancas de advogados que atua em direito bancário.

A partir de então, passou a atuar exclusivamente em seu escritório, nas mais diversas áreas do direito. Em 2020 iniciou sua atuação predominantemente na área bancária e na defesa dos endividados.

Atualmente é inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, nas Seções de São Paulo (inscrição principal), Minas Gerais e Rio de Janeiro (inscrições suplementares).

Em suas redes sociais conta com mais de 120.000 seguidores e seu posicionamento digital lhe rende, diariamente, inúmeros contratos de pessoas endividadas e negativadas.

Confira uma entrevista com o renomado advogado:

Qual o motivo que te levou a cursar uma faculdade de direito?

Na época do colégio, sempre dizia que cursaria administração, por gostar de trabalhar com números, mas quando está no penúltimo ano, conversando com amigos vi que não era a melhor opção para mim, e, até por um pouco de influência deles, optei pela faculdade de direito.

E como iniciou sua vida profissional?

Foi logo no primeiro mês de faculdade, ingressei em um pequeno escritório, que contava com uma advogada, a titular do escritório, um estagiário, no último ano e só. Minha contratação era para fazer fórum, ou seja, ver os processos, que à época, eram físico, de papel. O escritório cresceu, e com o tempo passei a ficar mais interno, ou seja, cuidando e tocando os processos, fazendo petições.

Hoje você conta com mais de 20 anos de experiência profissional, pode contar um pouco da sua trajetória?

Claro, após esse escritório, passei para outro, pequeno, que na minha visão é onde mais se aprende, onde fiquei cerca de 6 meses. Sai de lá para um escritório um pouco maior, que atuava no segmento bancário, especialmente, busca e apreensão de veículo. De lá, fui para um escritório maior, que atuava em várias frentes. De lá, recebi uma proposta para integrar o jurídico da faculdade, que cuidava dos processos de cobrança dos alunos inadimplentes, ficando lá até alguns meses após a conclusão do curso.

Após, já com aprovação na OAB, fui contratado por um escritório que, novamente, atuava na defesa dos bancos e, nesse escritório, fui responsável pela abertura de uma filial, em Juiz de Fora, Minas Gerais e restruturação de outra, em Belém, Pará.

Desse escritório, fui contratado por outro, que atuava no mesmo segmento, onde iniciei aos poucos, até chegar ao cargo de gerente jurídico.

Paralelamente, iniciei meu projeto, que era a constituição do meu escritório, que esse ano, completa 10 anos de fundação!

Reprodução: Assessoria de Imprensa | Divulgação

Quais os principais desafios que você já enfrentou na sua carreira?

Todos os dias temos desafios que temos que superar. Eu tenho para mim que a cada dia temos que ser melhores de ontem e piores que amanhã. O maior desafio que enfrentei nos últimos anos, e superado, foi perder a timidez para criar conteúdo para as redes sociais, que hoje é o principal canal de divulgação do escritório.

Falando em redes sociais, qual é a importância da tecnologia na prática jurídica?

Hoje, para qualquer advogado, seja ele um advogado só, um pequeno escritório, ou até mesmo um grande, a utilização de ferramentas tecnológicas é essencial, até para otimização do tempo, E hoje, boa parte das ferramentas possui uma versão gratuita que são essenciais para melhor condução dos processos.

E em quais áreas você atua no seu escritório?

Nossa atuação é predominantemente na área bancária, ou seja, protegendo os consumidores dos abusos cometidos pelos bancos e suas empresas coligadas, assim, como na defesa dos endividados, que na maioria das vezes tem seu nome lançado nos órgãos de proteção ao crédito indevidamente.

Mas nos consideramos um escritório “full service”, ou seja, prestamos um atendimento integral ao cliente, àquele que nos procura, contando com advogados parceiros altamente qualificados em qualquer área do direito, o que não podemos permitir, é que nosso cliente não seja atendido.

Reprodução: Assessoria de Imprensa | Divulgação

Na área bancária, quais os principais abusos cometidos pelo banco?

São inúmeros abusos e o consumidor, de mão atadas não tem outra opção, se não aceitar os temos que estão sendo apresentados e cair nos abusos praticados. Como exemplo, posso citar a cobrança de inúmeras taxas, tarifas e cobranças de serviços que não foram prestados ou seguros que são embutidos como venda casada.

Atualmente, para ter ideia, alguns bancos embutem no financiamento do veículo, seguro sobre o mesmo e, sobre essa cobrança, aplica a mesma taxa de juros do contrato, fazendo um acréscimo de 300% sobre o valor inicialmente concedido pelo banco.

Como é a atuação dos escritórios neste caso?

Atuamos em duas frentes principais, a primeira, é processual, ou seja, identificamos as irregularidades existente em cada um dos contratos e passamos a questioná-los judicialmente, apresentando, inclusive, laudo confeccionado por um perito, embasando o nosso pedido.

Paralelamente, abrimos uma negociação direta com o jurídico do banco, brigando pelos interesses dos nossos clientes, visando, sempre, o melhor resultado para ele.

E em todos esses anos de atuação, qual o case de sucesso do escritório?

São vários, mas temos 02 casos que gosto sempre de comentar.

O primeiro é de uma cliente que tinha uma dívida de mais de R$ 300.000,00, que recebeu a intimação do banco, ou seja, a cobrança já era judicial. Ela contratou nossos serviços para apresentação de defesa, mas logo de cara, identificamos uma série de irregularidades e em poucos dias, obtivemos uma redução excepcional para quitação do seu débito, firmando um acordo no valor de R$ 20.000,00.

Outro caso, que sempre gosto de comentar é de uma cliente que sofreu um golpe do ex-namorado, acreditando no seu espírito empreendedor. Ela a convenceu a financiar 07 carros e no final, sumiu com todos eles. Com nossa atuação, em poucos meses conseguimos recuperar os veículos, e iniciamos a negociação com todos os bancos e, na média, reduzimos os débitos dela em torno de 85% do valor da dívida.

Reprodução: Assessoria de Imprensa | Divulgação

Qual o caso mais desafiador que você já enfrentou nos últimos anos?

Foi logo após me formar, onde fui contratado para defender os interesses de uma mulher, em processo de divórcio que sofria inúmeros abusos de seu esposo, inclusive sexual, mas nem se fala em violência doméstica ou Lei Maria da Penha.

Tivemos inúmeras reuniões para tratar de todas as questões.

Naquele momento, ele não abria mão de qualquer valor, queria a deixar sem nenhum dos bens adquiridos, não queria pagar a pensão dos seus filhos e tampouco conviver com o mesmo. 

Mas não se limitou a essa questão, ele passou a me ameaçar, fazendo ligações nos mais variados horários e utilizando de pessoas, capangas para me hostilizar.

Logo que entrei com o processo, conseguimos bloquear todos os bens e, sem poder usar qualquer centavo, acabamos por fechar um acordo justo para ambos, mas principalmente para os 4 filhos do casal.

Ao final, a melhor recompensa foi a satisfação e o sorriso no rosto da cliente e de seus filhos. Conseguia ver a paz que esse divórcio trouxe a toda a família.

E nessa situação, como você lidou com essa pressão?

Foi uma situação extremamente atípica, que nunca imaginei que passaria, ainda mais atuando em um processo de divórcio. 

Atuei da melhor forma possível, sempre buscando respaldar os direitos da família, não me importando com o pensamento ou ameaças que recebi, e talvez pela pouca idade, não me amedrontei com essas ameaças, o que pode ser visto como inconsequência, rs.

Mas como advogado, e até por ter trabalhado em escritórios com metas a serem batidas, onde o ambiente era dominado pela pressão, temos que nos adaptar e seguir com a condução do processo, já que fui contratado exatamente para isso, dialogar e resolver o problema da família.

Voltando ao direito bancário, às questões de dividas… Quais as últimas evoluções que temos?

Acredito que o maior avanço seja o processo de repactuação das dívidas com base na Lei do Superendividamento, que visa proteger, dar um fôlego financeiro àquele que possui uma série de empréstimos ou dívidas bancárias.

Com esse processo, todas as dívidas serão reunidas e por meio de uma decisão judicial, concedendo-se um prazo de 6 meses para iniciar os pagamentos e um prazo de 60 meses para quitar esses débitos, além de conseguirmos, pelo prazo, uma redução substancial do valor da dívida.

Apenas para ter ideia, no ano de 2022, o Banco Central divulgou pesquisa em que a inadimplência subiu de 4,2% no ano de 2022 para 4,7% no presente ano e, segundo o SERASA, mais de 71 milhões de pessoas estão com seu nome com restrições.

O procedimento, então, é essencial para que o consumidor, que não tem condições de quitar com seus débitos, tenha um fôlego financeiro, posse retomar sua vida financeira e deixe de apenas sobreviver.

Como você equilibra as demandas do trabalho, incluindo prazos rigorosos e casos complexos, com sua vida pessoal?

Como disse antes, conto com uma equipe altamente especializada, que me dá suporte necessário e muitas vezes, dá a resposta ou solução ao cliente sem minha interferência e quando o caso demanda uma análise mais aprofundada, faço uma reunião com todo o jurídico do escritório, analisando e verificando a melhor estratégia jurídica para defender os interesses do nosso cliente.

Em relação aos prazos, conto com uma ferramenta de gerenciamento de processos, que além de extrair as intimações no diário oficial, traz todos os andamentos, todas as movimentações do processo e trabalhamos sempre com um prazo de segurança, ou seja, todas os prazos devem ser cumpridos com 2 dias de antecedência.

E exatamente por isso que consigo conciliar o escritório com a vida pessoal e usufruir de todos os momentos possíveis com minha família, em especial, meus filhos.

Reprodução: Assessoria de Imprensa | Divulgação

Se não fosse advogado, qual profissão seguiria?

Às vezes me faço essa pergunta e certamente trabalharia com carros, em especial com carros antigos. Sempre fui fascinado por carro, desde criança, tanto que lia todas as matérias em jornais, revistas e também os classificados, sabia sempre uma média do valor de mercado dos carros… Hoje, carros são meu hobby e conto com alguns antigos em minha garagem.

Quais os maiores desafios enfrentados pelos advogados atualmente e como você acredita que eles podem ser superados?

Hoje acredito que o maior desafio é ter confiança e acreditar que trabalhar para si é mais gratificante, inclusive financeiramente, do que para outros advogados ou até mesmo grandes bancas.

Infelizmente, as universidades passam uma visão errada do mercado, onde te fazem acreditar que o cliente virá até o seu escritório, isso deixa o advogado acomodado, ou, por conta da necessidade de algum ganho, integrar algum escritório para receber um salário abaixo da média do mercado.

A realidade é bem diferente, e você tem que ter todo um organograma de como será seu escritório, sua rotina e qual a meta que quer alcançar e o mais importante, sempre contar com advogados parceiros que possam atuar em uma demanda que não é sua especialidade.

Para finalizar, quais conselhos você deixaria para estudantes e jovens advogados que estão iniciando na advocacia?

Invistam em conhecimento, em aprimoramento técnico, não necessariamente uma pós-graduação, mas um curso ou mentoria voltado para marketing jurídico.

O conselho mais importante seja, talvez, não se limitar, não se diminuir, trabalhando em grandes escritórios, sem projeção de futuro por um baixo salário, já que com a estratégia correta conseguirá captar clientes que lhe garantirão uma renda igual, ou até maior do que esse salário corporativo.

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