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Capa digital | Lourena | Ed. 58

Redação CM

Redação CM

7 de março de 2025

Nascida em Madureira, no Rio de Janeiro, Lourena tem 24 anos e é uma das maiores cantoras de rap da atualidade. Dona de uma voz marcante e autenticidade inegável, ela se consolidou na cena através de suas participações nas edições 9, 11, 14 e 16 do “Poesia Acústica”, que acumulam mais de 650 milhões de visualizações no YouTube e 400 milhões de streamings no Spotify. 

Em 2024, a artista assinou contrato com a gravadora Pineapple Storm e lançou o primeiro álbum da carreira, chamado “Um Pouco de Mim”. Com letras que versam sobre amor, perseverança e liberdade feminina, ela apresentou o novo trabalho pela primeira vez no Lollapalooza. Em novembro, Lourena também foi uma das convidadas do especial Som Brasil, programa da TV Globo apresentado por Pedro Bial, em homenagem ao Poesia Acústica.

Conheça mais a artista na entrevista abaixo:

Lourena, você é bastante conhecida na cena do rap. Como foi sua entrada nesse meio? Você já mirava esse nicho?

Minha entrada na cena se deu em 2018, quando lancei minha primeira música, “Quando Você Voltar”. Antes de lançá-la, eu não tinha qualquer pretensão, apenas queria mostrar ao mundo algo que eu amava fazer: cantar e, principalmente, cantar minhas letras. Logo após o sucesso dessa música, comecei a fazer muitos projetos com artistas e produtoras da cena! Creio que, pelo fato do “Rap Acústico” ter estado muito em alta nesse período, tudo se conciliou para que eu entrasse no gênero, visto que meu estilo passeia bastante pela diversidade de flows e melodias.

E quais desafios da cena, enquanto mulher, você enfrentou e quais ainda persistem?

Enfrentei muita desvalorização no meu trabalho. Cansei de me apresentar em shows e festivais e receber um cachê muito menor do que o dos homens que ali se apresentavam. Muitas vezes, chegava no meu camarim e, simplesmente, as bebidas e comidas eram totalmente diferentes e inferiores ao que eu havia pedido. Já fui destratada. Já fiz evento em que o line-up era eu e mais um artista, e nos produtos do evento, como copos e camisetas, simplesmente constava a foto do outro artista, mas a minha não. Eu fiquei pensando: “Ué, mas eu também não vou cantar nesse evento?”. Isso é muito ruim, faz você se sentir “menor”! Enfim, entre outras coisas, mas creio que o que mais persiste é a falta de valorização do trabalho feminino. As mulheres ainda ganham muito menos do que os homens, mesmo fazendo o mesmo trabalho!

Você é uma artista que gosta bastante de falar sobre a feminilidade. Como surgem suas composições?

Tenho muitas mulheres na minha família e cresci ouvindo-as falar sobre seus amores, abusos e decepções… Cresci reconhecendo a força e a sensibilidade da mulher. Então, quando comecei a fazer minhas primeiras composições, pode-se perceber que muitas das minhas músicas são do masculino para o feminino, ou seja, um homem cantando para uma mulher. O motivo disso é que sempre achei mais fácil cantar o que eu gostaria de ouvir. Mas, no geral, representar o feminino não é algo que se escolhe; é mais do que isso: é um chamado para se reconhecer e se valorizar! Por isso, a cada música que tenho oportunidade, componho sobre os valores e o amor próprio da mulher!

Fotos: Felipe Alberto Brabo

Em 2024, você lançou seu primeiro álbum, “Um Pouco de Mim”. Qual foi o conceito do projeto e como tem sido a recepção do público?

O conceito do álbum é mostrar minha versatilidade, meus diferentes sentimentos. Isso foi representado nos “visualizers”, onde cada uma das músicas tem uma cor única para representá-la. “Um Pouco de Mim” veio da vontade de mostrar mais de mim, mostrar mais do que eu gosto e sei fazer. Esse foi o meu primeiro álbum e ele veio um pouco diferente do que talvez pudesse me representar — visto que meu público vem muito do gênero rap e meu álbum tem uma pegada mais voltada para o R&B e o pop. Mas esse lançamento foi um grande marco para mim e representou um momento muito importante da minha vida!

Como foi colaborar com a Mariana Nolasco no single “Prioridade”? Vocês escreveram juntas?

Mariana é um acontecimento muito bom na minha vida. Conhecê-la me deu, além de uma linda amizade, também me trouxe essa música tão sensível que é “Prioridade”. Essa canção fala sobre se priorizar, se valorizar, valorizar seu amor próprio, seu corpo, seus momentos. A composição dessa música foi muito natural… Simplesmente eu e Mariana nos apaixonamos pelo talento e pela energia uma da outra, e, quando vimos, estávamos compondo juntas, cada uma com suas nuances e, claro, todo o toque especial do Lukinhas (nosso amigo cantor e produtor musical), que produziu essa música!

Quais são os planos para 2025? Que projetos você deve lançar esse ano?

Em 2025, no primeiro semestre, lançarei um super projeto audiovisual oficial. Creio que será a síntese perfeita do meu trabalho até aqui! Estou ansiosa para que vocês vejam! No geral, esse ano, quero fazer muita música – música que me represente! Acredito que o mundo precisa disso: letras e canções de verdade, para tocar na alma. Meus projetos esse ano seguem uma linha de gênero mais “rap acústico/orgânico”, mas isso não significa que me limitarei apenas a esse gênero. Meu negócio é fazer música boa!

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