Fazer um tributo a Michael Jackson vai muito além de vestir uma luva brilhante e repetir passos de dança icônicos. Envolve uma grande pesquisa, disciplina, respeito profundo à obra original e, acima de tudo, paixão que se tem pelo ídolo. A nova turnê “Tributo ao Rei do Pop” de Rodrigo Teaser, inspirada na lendária “HIStory Tour“, é a prova viva disso.
Com uma superprodução que inclui painéis de LED, catapultas, elevadores cenográficos e até uma réplica da famosa “nave espacial” que abria os shows do Rei do Pop nos anos 1990, o espetáculo percorre o mundo emocionando plateias e renovando a magia deixada por Michael.
Por trás dessa missão ambiciosa está um artista que há anos se dedica a interpretar, com excelência e sensibilidade, um dos maiores ícones da música mundial. Mais do que um cover, Rodrigo Teaser se tornou referência global em tributos ao cantor tanto por sua precisão artística quanto pela autenticidade com que leva adiante esse legado.

Nesta entrevista exclusiva à Conexão Magazine, ele fala sobre os bastidores técnicos da nova turnê, as experiências culturais vividas ao redor do mundo, os desafios de manter o corpo e a voz em sintonia e os planos para sua carreira autoral. Um mergulho emocionante no universo de quem faz da arte de homenagear uma ponte entre gerações, culturas e corações.
Confira a entrevista na íntegra:
Sua nova turnê “Tributo ao Rei do Pop” celebra a icônica “The History Tour”. Como foi o processo de planejamento desse espetáculo, que conta com painéis de LED, elevadores, catapultas e outros efeitos especiais?
De todos os formatos que já apresentamos, esse foi o mais complexo. Os detalhes dos figurinos, tanto do Michael quanto dos bailarinos, envolvem tecidos e acabamentos que não são tão convencionais. Importamos tecidos, acessórios e construímos mais equipamentos cênicos. Embora nem todos os palcos nos permitam montar a produção completa, estruturamos o show com 4 elevadores, sendo dois deles catapultas, uma réplica da “nave espacial” que abria o show e a armadura que ele usava ao entrar em cena. Além disso, foram acrescentadas novas canções, efeitos e coreografias. À medida que nosso show cresce, cresce também a expectativa do público, e alcançar isso é um desafio.
Como é levar o legado de um dos artistas mais importantes da história por diversos países e culturas?
É uma honra e uma diversão. É muito especial poder constatar que, não importa o país, a cultura ou a região, todos os fãs do MJ se comportam e se conectam da mesma forma. Seja no Brasil de norte a sul, seja nos EUA, Europa, África ou Ásia. As reações e interações são muito parecidas.

Quais são os maiores desafios técnicos e vocais na preparação para interpretar o Michael Jackson há tanto tempo?
Sem dúvida, cantar e dançar ao mesmo tempo é um desafio especialmente quando temos uma grande demanda de shows, porque o corpo precisa de um tempo pra se recuperar. Então o cuidado se volta muito para isso. É um estudo constante.
O show atual se chama “Tributo ao Rei do Pop”. Na sua visão, o que é mais importante na preparação de um cover?
O mais importante é respeitar a obra de quem se “imita”, não acho certo alterar ou deturpar a criação. E quase tão importante quanto isso é não se deixar trair pelo ego. Não cabe ter ego demais ou orgulho demais de uma arte que, embora possa ser executada com muito cuidado, não te pertence e nunca pertencerá.
Você visitou recentemente o Japão, um país muito rico culturalmente. Como foi essa experiência?
Foi um sonho realizado. Cresci assistindo heróis e desenhos japoneses, lendo sobre culturas e costumes. Essa viagem me mostrou que todo país, por melhor que seja, tem seus problemas, mas o Japão é encantador. A forma como o coletivo é prioridade para eles é linda, inspiradora demais. Se nós pudéssemos aprender mais e viver mais essa cultura, certamente teríamos um país melhor aqui também.
Como é trabalhar com Lavelle Smith, que já trabalhou diretamente com o próprio Michael Jackson?
É incrível. Até que acontecesse isso, eu nunca imaginei que fosse possível. A relação que construímos vai além de trabalho hoje somos amigos. Ele divide não só informações profissionais de seus anos ao lado do MJ, mas também memórias da amizade que tiveram.
Seu trabalho autoral mistura elementos do pop clássico com sons modernos. Como é equilibrar essa carreira paralela? Existe vontade de fazer mais shows autorais em breve?
Já fiz alguns shows autorais, quase sempre encerro o tributo com uma canção minha. Mas cada vez mais sinto necessidade de cuidar e progredir o autoral. O tributo é muito especial, mas é um projeto que não durará para sempre. Acredito que em breve terei que encerrá-lo. O autoral é uma forma de seguir vivo no palco. Afinal, vivi a vida toda fazendo isso. O tributo poderia seguir de outra forma, até com outra pessoa, e eu seguir sendo eu mesmo sempre encontrando uma forma de homenagear ele.
Entre reverências, palcos grandiosos e milhares de fãs ao redor do mundo, o talentoso Rodrigo Teaser prova que mais do que imitar, é possível emocionar e encantar. No fim das contas, talvez o maior tributo seja esse: manter a paixão com muita verdade, respeito e arte.




































