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ENTREVISTA: Thalicia conta detalhes sobre o single “Mais Que Bumbum” 

Redação CM

Redação CM

6 de novembro de 2021

por Felipe Gomes

A cantora e compositora, Thalicia apresenta a canção “Mais que Bumbum” com letra autoral e inspirada em um momento da vida quando foi pressionada por um ex-produtor a levar ao público um perfil mais sexy e menos ‘ela mesma’, se vestindo e agindo do jeito que quisesse. Pablo Bispo, Sergio Santos, Djalma Correa, Bruno Naves e Leo Lionino dividem a composição com a artista.

Na faixa, a cantora parafraseia Rita Lee ao dizer que “nem toda brasileira é bunda” – “Sou fã da Rita, quando pensei nessa música tinha a certeza de que queria colocar alguma referência à artista. Passei por um caso de assédio e fiz esta letra como uma espécie de desabafo! A ideia é encorajar e me conectar com outras mulheres que já passaram por esta situação”, diz Thalicia.

Para saber ainda mais detalhes sobre o seu lançamento e conhecer um pouco mais sobre a Thalicia, realizamos uma entrevista incrível com a cantora, que abriu o coração e contou bastante coisa legal para a gente! Confira:

Thalicia, para gente começar, conta mais sobre seu novo single “Mais Que BumBum”, que você traz um momento da sua carreira, onde um ex-produtor, disse que para fazer sucesso precisaria mostrar a ‘bunda’. 

Pois é! Num belo dia de gravação, esse tal produtor com a masculinidade super aflorada, virou para mim e falou: “Mas, cadê a sensualidade na música e no clipe? Cadê a bunda? Você acha que vende entregar só conceito?”. Aí num certo dia eu coloquei isso num papel, todas as emoções que senti lembrando daquele episódio,  mas não imaginava, que iria se transformar numa música e que iria vir a lançar. Essa letra é a resposta de tudo o que eu queria ter dado para esse produtor na hora em que falou. 

Você traz grandes compositores ao seu lado nessa música: Pablo Bispo, Sergio Santos, Djalma Correa, Bruno Naves e Leo Lionino. Como surgiu essa parceria com eles? 

Eu estava ao telefone com o Pablo, e abri meu coração para ele, dizendo que eu não enxergava dessa forma a sensualidade. Ela vem natural, num olhar, numa dança, movimento, mostrando o corpo ou não, não há uma fórmula, isso é sexista e ultrapassado. Aí eu peguei aquilo que tinha escrito e ele me falou que tinha um outro esboço de tudo aquilo que estava contando para ele. Aí nós nos sentamos juntos, em dezembro do ano passado, e terminamos de escrever ela. 

Como você reagiu na hora a esse comentário? 

Eu estava longe de estar no auge da minha maturidade musical, então um produtor bem-posicionado no mercado te causa questionamentos como: Que sensualidade é essa exigida por ele? Será que é a mesma visão que a minha? E comecei a notar que eu tinha uma visão diferente sobre essa sensualidade imposta pelo patriarcado. E que eu a tinha muito forte e isso não alterava meu lado intelectual, pois eu era mais do que essa visão simplista da mulher. Mostrar tudo isso numa música, é importante para que outras artistas, não se coloquem em questionamento. Nós precisamos estar no controle do que queremos.

Qual a importância de reforçar esse ‘não’ ser muito maior que o ‘sim’ na música? 

Com o passar do tempo fui me conhecendo por inteira, em todas as camadas, e respondi a esse produtor em forma de música e arte. O não que eu falei foi maior que o sim do tal sujeito. Eu, você, todxs somos mais do que um bumbum! Você pode ser o bumbum e muitas outras coisas! 

Você parafraseia Rita Lee, na canção. Você leva a cantora como uma inspiração na sua carreira?  

Ela é icônica, uma gênia! ‘Pagu’, foi a música que eu parafraseei, é um hino pra mim e para as mulheres. Nem toda brasileira é bunda, pô! Somos muito mais do que isso! 

O videoclipe traz uma superprodução. Você participou da ideia que queria trazer para música? 

Desde o comecinho. Eu brinco com o pessoal antes de conhecê-los, digo que sou intrometida, mas uma intrometida legal.  Sei meu lugar de dar inputs, ideias, de deixar com a minha carinha, mas também sei a hora que tem que deixar a galera criar.  O roteiro é muito fiel à história real da música. Há um homem poderoso que monta a “mulher ideal” e acha que tem controle sobre ela e o corpo dela. Não vou contar o resto porque quero que vocês assistam, o final é perfeito. Confiram e me contem depois. 

Qual o tipo de inspiração que buscou colocar no videoclipe? 

Buscamos inspiração de uns filmes antigos sci-fi, suspense, italianos não muito famosos dos anos 70 e 80.

Durante a gravação rolou alguma curiosidade dentro dos bastidores? 

Sempre rola, gravamos de madrugada, estava muito frio. Havia água na cena do galpão, a gente tremia muito, mas na hora de gravar o carão tomava conta e a gente mandava ver. No fim, uma das dançarinas acabou tendo uma crise de ansiedade, e eu tive que continuar a filmagem sem o balé. Mas graças a Deus ela já está recuperada, e tínhamos material suficiente. 

Seus fãs são muitos fiéis e mesmo antes do lançamento fizeram um barulho e pré-save deu uma travada. Como é a relação com seus fãs? 

Eu procuro ser presente, eles gostam. Sempre que tenho um tempinho respondo, troco carinhos. Não imaginava que eles fariam esse barulho no pré-save, são maravilhosos e conto com o triplo a partir de agora (Risos). 

“Mais que BumBum” está sucedendo “Melhor de 3”. Essas músicas vão fazer parte de algum novo álbum. O que podemos esperar mais de singles? 

Eu amo ser fiel ao que acontece comigo. Podemos falar então que minha vida é um livro aberto. Eu já passei por muitas coisas, estou bem calejada, quero cantar sobre esses calos, mas de forma leve e debochada. Quem me conhece sabe que meu lado humorista é bem aflorado, não deixo passar uma piada. Então vocês vão ter muitas outras versões de mim, em música. 

O período de pandemia foi complicado para todos. E vimos que procurou trazer bastante conteúdo nas redes sociais. O que de bom, você conseguiu tirar de tudo isso? 

Eu aprendi a respeitar meu tempo. Como uma boa ariana quero as coisas todas pra ontem, e a pandemia me fez pensar nesse tempo cronológico de outra maneira. 

Respeitar meus dias sem criatividade, sem vontade de gerar conteúdo, ir atrás do meu próprio algoritmo sabe? 

Você já vem planejando shows? Conta mais para gente sobre esse ‘pós’ pandemia. 

Venho recebendo propostas e orçamentos, eu estou  emocionada em pensar em pisar no palco novamente. Palco é meu remédio, é o lugar que faz meu coração bater mais forte, não vejo a hora.

Para terminar, manda uma mensagem para os leitores da Conexão Magazine. 

Valorizem os artistas brasileiros, ouçam, procurem, incentivem, temos verdadeiros tesouros aqui. E espero que vocês amem como eu amei meu novo lançamento Mais Que Bumbum <3, UM BEIJO ENORME, VEJO VOCÊS NO PALCO EM BREVE.

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