Rodrigo Tardelli e Allan Ralph: Novos episódios de “Estranho Jeito de Amar” e garantia de 2ª temporada em 2025
Prestes a estrear no YouTube com os novos episódios especiais de fim de ano de “Estranho Jeito de Amar”, os atores Rodrigo Tardelli e Allan Ralph estampam a nossa nova capa digital. Após o sucesso da primeira temporada, que já soma mais de 3 milhões de visualizações no YouTube, a série ganha uma breve continuação que promete aprofundar um pouco mais a história de Gael (Rodrigo Tardelli) e Noah (Allan Ralph). A nova fase estreia dia 12 de dezembro, no YouTube.
Os dois episódios novos episódios chegam com uma abordagem mais detalhada do passado e da psicologia dos personagens, o que permite entender um pouco mais além do que foi visto na primeira temporada.
A entrevista com os protagonistas de “Estranho Jeito de Amar” mergulha nos bastidores dos episódios especiais, que expandem a história com a profundidade emocional renovada. Rodrigo e Allan compartilham as motivações por trás da continuidade da história, o impacto significativo na conscientização sobre dependência emocional dentro da comunidade LGBT, e a recepção calorosa do público.
Além disso, também confirmam a chegada da segunda temporada do projeto, que estreia já em 2025. Confira agora a entrevista completa:
O que te motivou a trazer essa continuidade para “Estranho Jeito de Amar” em episódios especiais de final de ano?
Rodrigo – A gente queria muito mostrar mais camadas desses personagens e acho que a primeira temporada pedia mais detalhes. Acredito que esse especial conta até mais que a própria primeira temporada. Foi um presente para o público que aceitou tão bem esse projeto em tão pouco tempo. É um presente para a gente também, porque a gente queria contar mais e contar melhor sobre o desenvolvimento, as características, as personalidades desses personagens e o passado desses personagens – que a gente teve que explorar um pouco menos do que a gente queria no primeiro momento. Acho que foi uma junção de coisas: o nosso querer, a curiosidade do público, a série ter dado muito certo.
Como foi a recepção do público ao descobrir a chegada dos episódios especiais?
Rodrigo – Todo mundo achou que era uma nova temporada, ficou todo mundo meio chocado, porque foi do nada. Apesar das pessoas já terem visto a gente gravando, elas não sabiam o que era ou do que se tratava. Então, quando a gente voltou, todo mundo falava “Meu Deus, mas como assim ele vai voltar pra ele?; Quero entender como é que vocês vão dar continuidade a essa história; Nossa, chocado, não imaginava que era isso”. Todo mundo um pouco surpreso e acho que era a ideia também. Foi muito legal a recepção, acho que está sendo melhor ainda. A cada lançamento que a gente faz, a gente tem uma feedback melhor sobre a série. Está sendo bem gostoso esse pré-lançamento.
Você mencionou que os novos episódios funcionam quase como um “reset” da série. Como foi explorar essas camadas mais profundas dos personagens?
Rodrigo – Sim, você consegue assistir esse especial tranquilamente sem ver a primeira temporada. É como se fosse um spin-off da própria série, sabe? Você consegue entender perfeitamente aquela relação sem necessariamente ver a primeira temporada. Claro que é bom você ver tudo, né? Acompanhar tudo. Mas eu quis trazer um especial que já consegue se conectar com a temática, com a abordagem. Então, é como se fosse um recomeço pra série mesmo, entende? A gente mudou muita gente, muitas pessoas da equipe também, a gente trouxe uma nova fotografia para a série, estamos abordando assuntos que a gente queria trazer na primeira e não tivemos tempo. Por isso que é como se fosse um recomeço pra série, uma oportunidade ainda melhor e maior pra ela.
Como vocês enxergam o impacto dessa narrativa na conscientização do público, especialmente dentro da comunidade LGBT?
Rodrigo – Eu acho que tive um alerta, um pressentimento, um insight muito certeiro, porque o retorno que estou recebendo do público mostra que isso realmente precisava ser falado para a comunidade gay. Nossa, foi no momento certo. Embora muitos projetos abordarem relações tóxicas, poucos tratam da dependência emocional dentro da comunidade gay. E muitos acabam romantizando esse tipo de situação, o que não era nosso objetivo. Mesmo que algumas pessoas falem: “Ah, eu shippo o casal, acho lindo”, isso não é o que queremos passar. Pode ser que, no primeiro episódio, isso aconteça, mas depois não. A ideia não é romantizar, e sim mostrar uma situação em que as pessoas possam se salvar, lidar com isso da melhor maneira possível. Queremos transmitir a mensagem de que você não merece passar por isso, não precisa passar por isso.
Allan – Enquanto veículo de informação, acho que a série está alcançando um sucesso que nenhum de nós esperávamos. Obviamente, de forma alguma quero ser hipócrita aqui, mas o sucesso tem várias camadas. Podemos falar do sucesso enquanto visualizações, capitalismo, profissional… Mas o melhor sucesso que podemos falar é sobre esse emocional, pessoal, onde de fato alcançamos e mudamos a vida de um espectador. E é esse sucesso que me interessa, não que os demais não interessem, óbvio que sim. Mas esse é o sucesso que a gente se vê como ferramenta, como meio, caminho, ponte ou mapa para várias pessoas, ou para uma que seja. Seja para conseguirmos transformar a vida de uma ou de milhões, já é o bastante, entende? Se conseguimos fazer uma pessoa que vive em uma situação parecida com essa, sair de onde ela está e ir para um outro lugar e se livrar dessa circunstância… Quer sucesso maior que esse?
Como tem sido para você, como um dos principais criadores, ver todo esse sucesso do projeto?
Rodrigo – Eu estou muito satisfeito. Acho que a série está tendo um crescimento progressivo muito bonito. Está chegando cada vez mais pessoas. Tô recebendo um feedback até hoje. A gente vai lançar ainda os novos episódios, mas desde o final da primeira temporada até hoje, ainda recebo muitas mensagens de pessoas se tocando com essa história. Se vendo muito ali, sabe? E isso está sendo incrível. A série está voltando agora, encerrando um ciclo e abrindo um novo. Então, pra mim, tudo vem sendo maravilhoso, de verdade. Foi uma ideia que eu tive há um ano atrás, né? E ver se isso tudo pronto agora, tomando a proporção que tá tomando, é gratificante demais. É cada vez um sinal do universo mostrando que a gente tá no caminho certo.
A série aborda temas sensíveis como dependência emocional e controle. Como foi para vocês, como atores, se conectarem com esses sentimentos e trazer essa realidade para a tela?
Allan – É curioso, né? Falamos de dependência emocional, violência doméstica, toxicidade, como se fossem coisas distantes da nossa realidade, sem perceber que esses movimentos são estruturais. Por serem estruturais, eles são inconscientes e autônomos. De alguma forma, em algum grau, esses movimentos existem dentro de nós, quer a gente queira ou não, porque estão estruturado na sociedade em que vivemos. Assim como a homofobia, o racismo, e outros comportamentos humanos, esses traços fazem parte do nosso contexto social, cultural e, principalmente, do momento temporal em que vivemos. Se conectar com isso é, de certa forma, confrontar esses movimentos dentro de nós mesmos. Falo por mim, é identificar onde estão esses condicionamentos, essas características que, mesmo que eu rejeite ou tente evitar, ainda existem em mim.
Esse é o grande desafio, porque se aproximar de lugares como este requer um olhar interno, requer um olhar onde você vai ter que pesquisar na tua sombra aquilo que normalmente a gente empurra para baixo do tapete, aquilo que normalmente a gente não quer ver. Tanto como vítimas quanto como algozes, todos nós carregamos esses traços, porque são estruturais. Então, como trazer essa realidade para a tela? Foi desafiador, mas ao mesmo tempo foi necessário um olhar interno muito primoroso para poder encontrar em nós esses lugares e poder reverberar isso e trazer à tona. Dessa forma, atuar um personagem que contém tal trauma ou comportamento, acaba sendo terapêutico, porque você consegue conscientizar padrões e condicionamentos que antes poderiam estar ali, inconscientes, autônomos, e sendo reproduzidos sem se quer sem você perceber aquilo.
Como vocês enxergam o impacto dessa narrativa na conscientização do público, especialmente dentro da comunidade LGBT?
Rodrigo – Eu acho que tive um alerta, um pressentimento, um insight muito certeiro, porque o retorno que estou recebendo do público mostra que isso realmente precisava ser falado para a comunidade gay. Nossa, foi no momento certo. Embora muitos projetos abordarem relações tóxicas, poucos tratam da dependência emocional dentro da comunidade gay. E muitos acabam romantizando esse tipo de situação, o que não era nosso objetivo. Mesmo que algumas pessoas falem: “Ah, eu shippo o casal, acho lindo”, isso não é o que queremos passar. Pode ser que, no primeiro episódio, isso aconteça, mas depois não. A ideia não é romantizar, e sim mostrar uma situação em que as pessoas possam se salvar, lidar com isso da melhor maneira possível. Queremos transmitir a mensagem de que você não merece passar por isso, não precisa passar por isso.
Allan – Enquanto veículo de informação, acho que a série está alcançando um sucesso que nenhum de nós esperávamos. Obviamente, de forma alguma quero ser hipócrita aqui, mas o sucesso tem várias camadas. Podemos falar do sucesso enquanto visualizações, capitalismo, profissional… Mas o melhor sucesso que podemos falar é sobre esse emocional, pessoal, onde de fato alcançamos e mudamos a vida de um espectador. E é esse sucesso que me interessa, não que os demais não interessem, óbvio que sim. Mas esse é o sucesso que a gente se vê como ferramenta, como meio, caminho, ponte ou mapa para várias pessoas, ou para uma que seja. Seja para conseguirmos transformar a vida de uma ou de milhões, já é o bastante, entende? Se conseguimos fazer uma pessoa que vive em uma situação parecida com essa, sair de onde ela está e ir para um outro lugar e se livrar dessa circunstância… Quer sucesso maior que esse?
Allan, como foi a experiência de gravar em tempo recorde? Isso trouxe alguma particularidade ao processo criativo?
Allan – Interessante. Muitos vão discordar, mas eu acredito que a pressão é o que faz a gente acessar o que é necessário para alcançar o que é preciso. O que eu quero dizer com isso? A partir do momento que a gente tem uma data e um tempo limite, onde a gente precisa gravar tudo que precisa ser gravado, isso gera em nós uma motivação de fazer, de acertar e principalmente de viver aquilo que precisa ser vivido naquele momento. É uma pressão que muitos diriam ou veriam de uma forma pejorativa, mas eu vejo como o ponto de ‘start’ que faz com que a gente se mova em direção ao que precisa ser conquistado.
Rodrigo já falou sobre a forte conexão entre vocês. Como você acredita que essa parceria influenciou sua interpretação?
Allan – Eu acredito que essa parceria tenha influenciado minha interpretação de todas as formas possíveis. Eu nunca conseguiria alcançar ou chegar nos resultados que a gente chegou se eu não tivesse a confiança o carinho e o afeto que eu tenho pelo Rodrigo, porque ele não é só um parceiro de cena ou ator com que é um contraceno, mas ele é alguém que me acolheu durante o processo e me ensinou, alguém que me mostrou o caminho e que se colocou sempre aberto a entender principalmente as minhas intenções e projeções e como eu gostaria que aquilo fosse feito sem ser agressivo ou qualquer coisa nesse sentido. Então, tudo isso foi fundamental para alcançar o que a gente alcançou.
Que aspectos da história você acredita que o público vai se surpreender ao assistir esses episódios especiais?
Allan – Eu acho que o público nem estava esperando por episódios que contextualizassem o início deste casal, que trouxesse a informação de como as coisas chegaram ao PEC chegaram. A primeira temporada, nesse sentido, deixa um pouco a desejar porque ela precisa correr com a história. E agora, finalmente, a gente vai ter dois episódios que vão dar ao público a oportunidade de conhecer um Noah e um Gael por um prisma que eles ainda não viram.
Se vocês pudessem deixar uma mensagem para cada um dos personagens que interpretam na série, o que falariam?
Allan – A primeira coisa que vem à mente é: “Corra, fuja, saia daí, você não precisa disso”. Mas a realidade não é tão simples. Não podemos ser ingênuos a ponto de achar que uma frase assim faria com que o personagem acordasse, ou que alguém vivendo uma situação dessas mudasse de imediato. A vida real não funciona assim.
Então acho que o que eu diria para o Noah é: percepção. Fique atento aos detalhes, ao comportamento, a tudo que te machuca ou te parece estranho. Observe se há algo que te desestabilize, algo que te apaga. Porque é a partir dessa percepção que o personagem — ou a pessoa que está vivenciando isso — pode começar a se conscientizar do que realmente está acontecendo. E no fim, é isso que a gente quer. Somente com essa consciência é que o movimento de sair dessa situação, que todos desejamos, pode acontecer. Mas esse movimento tem que vir de dentro. Então, é isso: percepção, consciência, e atenção aos detalhes.
Rodrigo – O que eu diria para o Gael é: “Gael, faça terapia. Antes de querer cuidar de alguém, antes de querer oferecer o mundo para alguém ou amar alguém, cuide de você primeiro. Ame a si mesmo, olhe para dentro e resolva as questões que precisam ser trabalhadas em você. Antes de tentar passar qualquer coisa adiante, proteja-se. Perceba que muitas coisas que você cresceu acreditando serem normais ou corretas, talvez não sejam. Há muito a ser desconstruído dentro de você”. Acho que isso é o que eu diria para ele hoje.
Podemos esperar mais novidades ou uma possível segunda temporada após esses episódios?
Rodrigo – Sim, a segunda temporada está confirmada para 2025. Não posso ainda dar muitos detalhes, mas está confirmada. Teremos mais uma temporada dando continuidade aí a primeira temporada e ao especial. Teremos muito, muito o que desvendar ainda sobre Noah e Gael, então, até 2025!
Allan – Estamos felizes com a confirmação da segunda temporada. E tenho certeza que ela vai vir de uma forma muito mais surpreendente do que como os episódios especiais estão vindo. Até porque, se o Noah e o Gael merecem uma segunda temporada, é porque ainda tem muita coisa pra ser contada, desvendada e, principalmente, assistida. Então, vamos aguardar.