Estampando a nossa capa digital desta sexta-feira (03), Shelldon Malvasi vem construindo um universo próprio na música, onde mitologia, arte e identidade se encontram. Com a estreia do clipe de “Áries”, ele dá sequência a um projeto ambicioso que transforma os signos do Zodíaco em deuses, criando uma narrativa visual rica e envolvente.
Mais do que um simples videoclipe, Shelldon convida o público a mergulhar em um mundo onde cada detalhe – dos figurinos artesanais às cenas ritualísticas – carrega um significado especial.
Em entrevista, ele conta sobre o processo criativo por trás desse conceito, os desafios da produção e os planos para expandir ainda mais esse universo.
Você acabou de estrear o clipe de “Áries”. Conta como vem sendo a recepção?
Incrível! Criamos um universo que gera conexão, onde cada pessoa escolhe seu herói e se apega a cada detalhe do que construímos. São 12 deuses, e cada um pode ter seu favorito. Está sendo surreal acompanhar isso – deixou de ser apenas um clipe e se transformou em algo muito maior.
Seu clipe traz um universo mitológico riquíssimo. Como surgiu a ideia de criar os 12 deuses do Zodíaco?
Primeiramente, criamos um personagem para representar o signo de Áries. Quando lançamos o álbum, os fãs começaram a pedir que os outros signos também se tornassem deuses. Assim, de forma natural, desenvolvemos cada um, com características únicas. Eles deixaram de ser apenas signos e se transformaram em personagens.
O clipe possui um trabalho visual artesanal muito detalhado. Como foi esse processo de produção dos figurinos e cenários?
Foi tudo feito à mão – uma bela mistura de paciência, criatividade, tinta e cola. Minha estilista, Karen Vasco, esteve comigo em todo o processo, tornando essa imersão na criação desse universo ainda mais especial.
O fogo, um elemento tão presente no signo de Áries, aparece de forma simbólica no clipe. Como foi trabalhar com esse conceito e qual foi o maior desafio?
O fogo, por si só, já é perigoso, mas no meio da mata, o risco foi triplicado. Ainda assim, a única certeza que tínhamos era que queríamos cenas ritualísticas. Mesmo com medo e todos os desafios, fizemos acontecer.
Você mencionou que cada deus tem seu próprio nome, poderes e história. Podemos esperar que esse universo se expanda para futuros projetos?
Sim, tanto um livro quanto um curta – e até mais! Pretendo ir muito além da música. Como idealizador e criador, quero explorar diversas vertentes da arte. Já estamos desenvolvendo o futuro de cada um deles
Dentro da história do clipe, você tem o seu deus favorito?
Seria óbvio dizer que o de Áries seria meu favorito, mas tenho um em especial: o deus de Sagitário, “Sagitus”. O figurino, o arco, tudo nele me encanta. A deusa de peixes “Seriana” também sou apaixonado pois faz conexão com cultura africana “iemanjá ”
A representatividade LGBTQIAP+ está presente no clipe, incluindo uma drag entre os deuses. Como essa diversidade se encaixa na sua visão artística?
Sou gay e sempre trarei representatividade LGBTQIAPN+ nos meus trabalhos. Trazer uma drag foi algo totalmente natural – além de ser minha amiga, eu queria que o signo de Gêmeos tivesse uma representação que expressasse a dualidade, e uma drag incorpora isso perfeitamente.
Criar um projeto com essa magnitude exige muita dedicação. Qual foi o momento mais marcante para você durante a produção?
Dois momentos me marcaram muito. O primeiro foi quando compartilhei a ideia com um amigo e ele disse que era loucura – criar algo tão grandioso com pouco orçamento parecia impossível. Aquilo me deu ainda mais motivação para provar que eu tinha o poder de criar o que quisesse. E fui lá e fiz.
O segundo foi no segundo dia de gravação, no meio da mata, com todo o set montado. De repente, começou a chover forte, atrasando as filmagens em sete horas. Quase desistimos, mas a resiliência falou mais alto. Esperamos a chuva passar e, às três da madrugada, conseguimos filmar tudo.
O que podemos esperar do Shelldon para 2025?
Coisas grandiosas estão por vir – estética marcante nos clipes, novas músicas, shows em festivais cada vez maiores. Inclusive, já estamos em negociações para grandes projetos em 2025. O projeto dos deuses continuará crescendo, e acho que podem esperar um artista que sabe onde quer chegar e, mais que isso, sabe como traçar seu próprio caminho.