O ator estará em “Funk – Baile de Favela”, longa de Aly Muritiba, previsto para estrear em 2025
Das tramas bíblicas da Record a um polêmico delegado vilão no streaming em “Dom”, Marcelo Pio é sinônimo de versatilidade em seus papéis e dessa vez não seria diferente. O ator, que também passou por “A Força do Querer” (Globo), agora vive Mauro, um empresário artístico ao melhor estilo carioca no longa “Funk – Baile de Favela”, ao lado de Duda Santos, dirigido por Aly Muritiba, diretor da série “Cangaço Novo”, sucesso do Prime Video. O filme é um projeto Paranoid com produção de Heitor Dhalia e Manoel Rangel.
Em entrevista ao Conexão Magazine, Marcelo conta como constrói personagens tão distintos e revela um sonho diferente: interpretar Jesus Cristo. Confira:
1- Você viveu papéis muito distintos ao longo da sua carreira, desde vilões até personagens carismáticos e positivos. Como você se prepara mental e emocionalmente para se transformar tão completamente para cada papel?
Muito trabalho. Juntar o estudo com repertório e referências é primordial para a busca. Você vai experimentando, sentindo, estudando, vão vindo coisas da sua vida e daquela outra. O que interessa e importa daquela pessoa que vamos viver vai ficando e o resto vamos descartando. Você deixa “dormir” e no outro dia vai clareando e vai avançando. O importante é focar no progresso daquela “gravidez “. Quando você vê, você está com aquela “pessoa” em você vivendo a cena no ação completamente apaixonado. Parece mágico, mas tem muito “bastidor” para o “palco”, para a cena acontecer. A transformação tem um toque especial da direção e equipe também, ali que você completa tudo. O set é sagrado, algo “acontece” em dimensões sutis. Eu respeito muito tudo isso.
2- Em “Funk – Baile de Favela”, seu personagem é descrito como um empresário carioca esperto e malandro. Quais foram os maiores desafios que você enfrentou para encarar essa personalidade?
Todo mundo tem um lado aventureiro. Fui por esse caminho, que quer experimentar, viver e se jogar. Essa é minha filosofia ser divergente com o máximo de liberdade. Já tive uma festa “Virada a festa” e atacava de DJ, sei um pouco como funciona a noite Carioca, lidava com muita gente. As relações humanas te dão repertório para vivê-las, entendê-las e respeitá-las. Estamos todos “conectados”. Procuro intencionalizar e observar os padrões do viver, isso me ajuda nos desafios.
3- Conta um pouco mais sobre o filme? Para você, qual é a importância de trazer essa realidade da comunidade para o público geral?
As comunidades são universais. Sendo local se torna universal. São terrenos vivos de talentos, com uma visibilidade torta. Deveria ser mostrado mais a criatividade, as oportunidades criadas do que a violência. A dignidade de lutadores, trabalhadores, mães heroínas que fazem verdadeiros milagres para construir futuro e sonhos para seus filhos. Tenho uma profunda admiração por isso. Tudo que você coloca energia cresce, deveríamos colocar o foco na graça e não na desgraça. Deveríamos ter mais essa coragem de mostrar quem constrói.
4- Com mais de 20 anos de carreira, você já viveu personagens super distintos. O que falta interpretar? Qual é o papel dos sonhos?
Jesus Cristo. Deve ser profundamente transformador para um ator e suas emoções. Sem as religiosidades, mas o que Ele fez como homem que só amou, ensinou, deu todas as possibilidades e liberdades para cada coração. Com certeza é o arquétipo mais profundo, desafiador e emocionante que um ator pode atingir.
5- Além do filme, tem algum projeto engatilhado que o público vá ver em breve?
Sim, tenho a honra de estar nestes trabalhos com estes diretores que admiro: “Todo mundo tem problemas com amor” direção: Renata Paschoal, “Verônika” direção: Silvio Guindane, “UDQ 2” direção: Pedro von Krüger, “O Homem de Ouro” direção: Mauro Lima, “MONCA” Marcelo Gomes e Carol Minêm e “Narciso Rap” Jeferson De. Espero que a galera curta e viaje nestas obras.