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Ana Paula Tabalipa fala sobre depressão e diz que já teve pensamentos suicidas

Luca

Luca

4 de agosto de 2022

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Em uma conversa emocionante para o podcast “Lá no Pod”, apresentado por Claudia Lira e Monique Curi, Ana Paula Tabalipa contou um pouco sobre a sua própria batalha contra a depressão. A atriz e apresentadora conhecida por interpretar Tainá nas primeiras temporadas da série de sucesso “Malhação”, foi diagnosticada com a doença há pelo menos 27 anos e revelou já ter pensado em suicídio. “Eu me tratei muito mal. Não sei nem como estou viva”, afirmou Ana Paula, acrescentando que achava que morreria aos 28 anos. “Eu tinha certeza, então vivi muito intensamente. E quando chegou perto do meu vigésimo oitavo aniversário, fiz uma carta de despedida para os meus filhos, dizendo que os amava e que queria que fossem amigos, mesmo sendo de pais diferentes”, lembrou.

Hoje apresentadora do canal Lifetime, Ana Paula Tabalipa, que é mãe de quatro filhos – Lui, de 21 anos, Pedro, 18, Tom, 17, e Mia, 7 -, revelou ainda que apesar de mais tarde ter tentado o suicídio, não achava que seria assim a sua morte. “Eu achava que ia morrer mesmo. Sei lá do que. Mais tarde, eu cheguei a quase me matar. Isso porque quando eu era bem pequena, fui num churrasco com meus pais e uma pessoa pegou para ler a minha mão. Eu tinha 5/6 anos, mais sabia reconhecer a linha da vida. Essa pessoa viu um corte e falou alguma coisa no ouvido da minha mãe, que começou a chorar compulsivamente e nunca me contou. Aquilo ficou marcado na minha cabeça como? “Eu vou morrer logo”. E achei que era aos 28 anos”, contou a atriz que só depois perguntou para a sua mãe. “Ela explicou que na verdade aquela pessoa tinha se referido a uma vez que eu quase morri quando tinha um ano e que ela se sentiu culpada”.

Com look colorido e cheio de brilhos, assinado por André Morais, responsável por também vestir as apresentadoras Claudia e Monique, a atriz também refletiu sobre a depressão crônica, com a qual vem lutando desde os 16 anos. “Na verdade, foi diagnosticada uma síndrome do estresse pós traumático, que é uma depressão ocasionada por um episódio da minha vida que eu ainda não estou preparada para falar. Mas um dia falarei! Então existem gatilhos, que eu ainda não identifiquei todos, que me fazem voltar neste lugar”, explicou Ana Paula, que sem filtro e bem sincera contou que tentou de tudo para se livrar dessa condição, até mesmo o uso de drogas. “Só não cheguei a usar cocaína e nem heroína. E não quero. Eu me peguei tomando vários êxtases, achando que estava linda, mas na verdade estava super magra, sem vontade de comer”.

E continuou: “Meu filho que chegou a essa conclusão do chega. Eles eram pequenos, eu coloquei todos eles deitados no chão do meu quarto e não atendia mais telefone, nem campainha, nada… e falei para eles que o teto estava baixando então não era para levantarem. Aí um Lui, ligou para o meu ex-marido, que não era nem pai dele, que foi lá em casa, me levou para o meu psiquiatra, que na época já me atendia, mas eu estava faltando. E pegou as crianças durante um tempo, mais ou menos um mês, até que os remédios fizessem efeito”, completou a atriz, contando ainda que apesar de ter sido muito difícil passar por isso tudo, foi um tempo necessário para que ela aprendesse a pedir ajuda. “Eu era muito autossuficiente, muito brava. Sai de casa cedo, comecei a trabalhar com 13 anos. Mas em algum momento você tem que pedir ajuda e ali era o meu. E tenho a sorte de ter pessoas boas ao meu redor. Eu tive um diretor perfeito, que falava para mim os meus textos, porque eu não focava mais nas palavras. E ainda colocou um carro à minha disposição, para a novela”.

Aos 43 anos e com as malas prontas para se mudar com a filha caçula para o interior de São Paulo, Ana Paula diz ainda que hoje aprendeu a lidar com um dia de cada vez. “Eu não vou ser curada da depressão. Eu tenho a depressão. E aí, assim, tem dias que eu não atendo ninguém e as minhas amigas mais íntimas já sabem que não é nada pessoal. Quem me conhece não sabe, mas eu não estou nem vendo a sua mensagem. Eu estou querendo morrer. Hoje aprendi a ter um propósito por dia. E estou me mudando para o interior, para ter qualidade de vida numa cidade que não tem nem semáforo, onde todo mundo se conhece. Fiquei quatro dias para conhecer esse lugar no interior, e nesse tempo que fiquei lá, matriculei a criança, aluguei uma casa e não tomei rivotril nenhuma vez. Ao mesmo tempo, vou morar a primeira vez sem todos os meus filhos, o que me causa uma aflição. É difícil”, concluiu.

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