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Entre fé e renúncia, Julia Mendes compartilha bastidores e emoções de Paulo, o Apóstolo

Redação RJ

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1 de julho de 2025

Divulgação

Atriz fala ao Conexão Magazine sobre os dilemas de Adália, as inspirações por trás da personagem e os desafios emocionais dentro e fora do set

Em Paulo, o Apóstolo, Julia Mendes vive Adália, uma mulher atravessada por dilemas profundos — entre a fé e a maternidade, entre o silêncio e a coragem de seguir. Mas, por trás da personagem bíblica, está uma atriz que também conhece os impasses da vida real. Em entrevista exclusiva ao Conexão Magazine, Julia fala sobre suas experiências mais íntimas, os limites entre o que sente e o que precisa fazer, a força de mulheres que a inspiraram e os bastidores de uma entrega emocional intensa dentro e fora de cena.

1. Sua personagem Adália vive um conflito entre fé e maternidade. E a Julia, qual foi o maior dilema real que você já enfrentou entre o que sentia e o que precisava fazer?
Acho que meu maior dilema real foi me manter em lugares ou relações por amor, mesmo quando algo em mim já sabia que era hora de ir. É muito difícil quando o sentimento grita uma coisa e a razão, outra. E por muito tempo eu tive dificuldade de escutar o que era melhor pra mim. Hoje eu entendo que amar também é saber sair, e isso exige uma força quase espiritual. Acho que, de certa forma, Adália também vive esse impasse. A diferença é que, no caso dela, o dilema coloca em risco algo ainda maior: os filhos.

2. Existe alguma escolha da Adália que você, Julia, jamais faria?
Eu espero nunca precisar me anular tanto quanto ela. A Adália é movida por uma coragem absurda, mas ela se entrega a um tipo de silêncio que, pra mim, seria muito duro. Eu sou comunicativa, intensa, preciso falar, gritar às vezes, escrever, botar pra fora. Ela não, ela engole muita coisa. E isso, pra mim, seria insustentável.

3. Alguma mulher da vida real te inspirou para construir a Adália?
Sim. Algumas, na verdade. Pensei muito na minha mãe, que era uma mulher extremamente forte, mas muito delicada na forma de amar. E também em tantas mulheres anônimas que a gente cruza na vida, que cuidam, sustentam, acreditam, mesmo quando tudo ao redor desaba. A Adália carrega essa fé que atravessa a dor, e isso é muito inspirador.

4. Quando está sozinha no set, antes de gravar uma cena difícil, qual é o seu ritual invisível?
Eu fico em silêncio, respiro fundo algumas vezes e tento me esvaziar. Às vezes, coloco a mão no peito e só fico ali, sentindo a respiração. Não tem uma fórmula mágica, mas tem uma entrega. É como dizer pra mim mesma: “vai com medo, com dúvidas, mas vai.” E aí eu vou.

5. Você tem um tom muito leve de se comunicar, mas lida com temas intensos tanto nas redes quanto na novela. Como se equilibra emocionalmente entre esses dois mundos?
Eu acho que justamente por sentir muito é que preciso do humor, da leveza. É como se fosse uma forma de respiro. Falar de dor com verdade não significa estar o tempo todo mergulhada nela. Eu me permito rir, fazer graça, trazer ironia, porque a vida também é assim: contraditória, ambígua, absurda. E acho que é nesse lugar que eu me encontro, entre o trágico e o cômico, entre o palco e o íntimo.

Saiba mais sobre Julia Mendes:

https://www.instagram.com/jujumecontatudo

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