Gabriel Santana começou na TV aos 13 anos, dando vida ao carismático Mosca no remake de “Chiquititas” (2013), no SBT. Agora, aos 22 anos, será em outro remake, “Pantanal”, que o ator faz sua estreia no horário nobre da Rede Globo. Ele interpreta Renato, filho do personagem de Murilo Benício em sua segunda família, vivido na versão original da novela pelo ator Ernesto Piccolo. A carreira do jovem ator inclui ainda as séries “Carcereiros” (2017), “Z4” (2018) e “Malhação – Toda Forma de Amar” (2019). “Comecei em ‘Chiquititas’ sem nenhuma experiência, foi meu primeiro trabalho. Quando acabou a novela decidi que era isso que eu queria para a minha vida e precisei me profissionalizar. Estudei teatro, fiz faculdade de Artes Cênicas, e vejo a minha trajetória até o Renato com muito estudo, amor à arte, dedicação e aperfeiçoamento pessoal. Antes de ser um bom artista, você precisa ser uma boa pessoa, e eu venho amadurecendo muito”, destaca Gabriel, que brinca com os amigos ser “especialista em remakes”. Os testes para “Pantanal” vieram numa fase em que o ator estava buscando outras oportunidades. Ele já estava com outros testes encaminhados fora da Globo, mas foi o personagem Renato que o abraçou para um novo desafio: “Fiz teste para um filme de terror, produção brasileira, e estava muito empolgado. Quando fiz o teste para ‘Pantanal’ fiquei bastante animado com a oportunidade. Foram três semanas sem saber nada sobre o resultado. Achei até que não tinha dado certo. Mas aí veio a surpresa, agradável demais, de que eu estaria na trama.” As diferenças do ‘novo’ Renato Gabriel Santana não quis ficar preso à interpretação de Ernesto Piccolo para o papel de Renato. O ator explica que chegou a assistir trechos de “Pantanal”, mas preferiu criar seu próprio personagem: “Assisti algumas coisas, mas não muito. Quando um ator faz um remake tem que tomar cuidado de não assistir muito e acabar ficando preso a interpretação do antigo ator. Além disso, a primeira versão se tratava de uma família branca e muito dependente do pai, nesta nova versão não, somos totalmente independentes. Fora isso, somos uma família preta. São mundos completamente diferentes. A novela está muito mais contemporaneizada. Na trama, Renato (Gabriel Santana) é filho de Tenório (Murilo Benício) e Zuleica (Aline Borges). A família ainda é composta por Marcelo (Lucas Leto) e Roberto (Cauê Campos). Renato é o mais temperamental dos três filhos de Zuleica. É considerado “explosivo” e tem para si que sua família está acima de tudo e de todos. “O Renato tem uma carência enorme pela presença do pai, que está dividido entre duas famílias, e isso o frustra muito. A forma que ele consegue traduzir esse sentimento é sendo rebelde, com ironia e respostas atravessadas. Mas, não só o Renato, como a família toda, tem um lugar de carinho e de amor entre si muito grande. Um amor que transborda mesmo. Acho isso fenomenal porque cria uma profundidade incrível no personagem“, diz Gabriel. Personagens negros e o racismo na trama A criação de um núcleo com apenas atores negros faz parte de uma reformulação da Rede Globo e do autor, Bruno Luperi, a nova versão de “Pantanal”. Gabriel encara como uma grande responsabilidade fazer parte disso e poder escancarar o racismo na trama: “A Globo tem se reformulado o máximo possível. Vemos isso desde o ‘BBB’, que traz muito mais pessoas pretas, pessoas com a bandeira LGBTQIA+, e de variedades regionais do Brasil. Acho que é papel da emissora, que precisa fazer cada vez mais e mais, até que de fato haja uma mesclagem. Até que a gente veja uma igualdade de gênero, cor da pele, variedade regional e orientação sexual em todos os produtos da casa. Para mim, neste papel, tenho uma responsabilidade muito grande, já que a população preta no Brasil é de mais de 50%. Ter um núcleo para falarmos disso é importante para que haja uma conscientização da dívida histórica que existe com os negros.” Gabriel conta que o autor Bruno Luperi, um homem branco, criou um grupo com os atores negros de “Pantanal” para discutir algumas falas e cenas. Neste espaço, os artistas podem opinar e auxiliar o escritor a fugir de equívocos em diálogos sobre o racismo. “Além de trazer um ar contemporâneo para o texto, ele abriu esse canal de comunicação muito importante para nós. Temos um grupo no Whatsapp para falar sobre as cenas. Bruno está super disposto a dialogar sobre. Ele dá o ponto de vista dele, a gente dá o nosso, e sempre somos muito bem recebidos. É uma parceria que engrandece a trama”. Gabriel Santana passa a integrar o elenco de “Pantanal” no capítulo 72. |