A atriz, animadora e produtora cultural Nancy Calixto segue ampliando sua trajetória dedicada à arte e à cultura brasileira. Com formação teatral sólida e vasta experiência nos palcos da Baixada Fluminense, Nancy agora integra o elenco do espetáculo “O Patinho Feio”, uma emocionante e criativa adaptação em forma de cordel do clássico conto de Hans Christian Andersen.
A nova montagem é assinada por Beto Gaspari, Cesário Candhí e Marcos Covask, com trilha sonora original de Gaspari, e propõe uma imersão no universo nordestino, reforçando mensagens de acolhimento, identidade e diversidade. No palco, Nancy interpreta Dona Zezé, a mãe que acolhe o patinho e defende sua singularidade – um papel carregado de emoção e simbolismo.
Em entrevista, Nancy compartilha os desafios e prazeres de atuar em uma obra que mistura teatro, música e cultura popular, revelando que falar em cordel foi uma novidade e, ao mesmo tempo, uma experiência rica e transformadora. Ela também destaca a emoção de ver as reações do público e a força da cultura nordestina como um pilar importante na formação artística das crianças.
O espetáculo marca também a comemoração de 40 anos de carreira de Cesário Candhí. Nas palavras de Nancy: trabalhar com a Candhí é estar entre iguais, pessoas que lutam pela cultura com afeto, resistência e muita dedicação. “A Baixada é muito rica, e é um prazer enorme conviver e trabalhar esse tempo todo com essa galera”, ela afirma.
As apresentações no Teatro Raul Cortez prometem emocionar, especialmente ao pensar que muitas crianças estarão entrando em contato com o teatro pela primeira vez. E para elas, “O Patinho Feio” chega como um abraço, lembrando que ser diferente é normal e que todo mundo tem valor nesse mundo.
Confira a entrevista exclusiva com a artista:
Nancy, você também integra o elenco do espetáculo “O Patinho Feio”. Conta pra gente qual o seu personagem nessa obra e o papel dele na história?
Eu faço a Dona Zezé, que é a mãe do Patinho Feio, e que, em primeiro momento o acolhe e o defende.
Para ti, qual é o maior desafio e o maior prazer em atuar em um espetáculo como “O Patinho Feio”, que mistura teatro, música e cultura popular?
O maior desafio foi falar o texto escrito em cordel, porque não fazia parte da minha prática teatral, mas ao mesmo tempo me trouxe muito prazer em mergulhar na musicalidade deste universo.
O espetáculo propõe uma nova forma de contar esse clássico. O que mais te emociona nessa adaptação em forma de cordel?
O que mais me emociona é ver a reação do público diante deste clássico recontado por nós em cordel, imerso no universo nordestino.

Em “O Patinho Feio”, os atores também são músicos em cena. Você também atua de outra forma? Como foi se preparar para atuar, cantar e interagir com instrumentos ao mesmo tempo?
Nosso diretor e preparador musical, Beto Gaspari, trabalha muito com a gente, nos dando muito apoio e segurança para entrarmos em cena, tocar e cantar, conseguindo fazer isso com maestria.
A cultura nordestina é um elemento muito presente no espetáculo. Para ti, qual a importância de valorizar essa identidade cultural no teatro para crianças?
A cultura nordestina é muito rica, então quando se valoriza isso pra criança é muito especial, fico emocionada. E acho muito importante, cada vez mais, valorizarmos essa cultura, mostrando o quanto este país é plural, e o quanto esta cultura toca nos corações de todos nós de forma terna e forte ao mesmo tempo.
Se pudesse escolher uma mensagem principal que “O Patinho Feio” deixa para o público – especialmente para as crianças –, qual seria?
A mensagem que o Patinho deixa para o público infantil é que todo mundo tem valor nesse mundo, que ser diferente é normal, que é preciso que nos aceitemos como somos e sejamos felizes ao nosso modo.
Você já participou de outros espetáculos voltados ao público infantojuvenil. O que torna essa troca com as crianças tão especial?
Sim, já participei de outros espetáculos infantis e infanto-juvenis. O que acho que é tão especial, tanto neste, quanto nos outros, é justamente o encantamento que eles têm causado nas crianças. O Patinho Feio é especial porque conta de uma forma muito leve uma história que teria tudo pra ser trágica, um patinho que é rejeitado, mas que ao final dá a volta por cima, se aceita e se coloca no mundo com convicção e alegria.

Você já está há algum tempo colaborando com a Candhí Produções Artísticas. Como é trabalhar em um grupo que se propõe a unir arte, afeto e resistência cultural e como está sendo ver a comemoração desses 40 anos de história?
É muito prazeroso trabalhar com essa galera, porque sempre vi meu trabalho como forma de unir os laços da humanidade. É muito bom porque a gente se sente muito acolhido, a gente pensa igual e nossas histórias são muito parecidas, estamos aqui na Baixada Fluminense, é, e sempre foi uma luta pra gente se manter de pé neste cenário cultural que existe aqui. A Baixada é muito rica e é um prazer enorme conviver e trabalhar esse tempo todo com essa galera.
Nancy, o que o público pode esperar de “O Patinho Feio”? Quais são suas expectativas para as apresentações no Teatro Raul Cortez, especialmente sabendo que muitas crianças podem estar tendo contato com o teatro pela primeira vez?
O público pode esperar nossa entrega com todo amor, todo empenho para contar essa história, fazendo com que ela flua do palco para a plateia, com encantamento e verdade. Estou com uma expectativa muito grande porque é muito bonito quando você vê o teatro lotado e essa montagem tem uma preocupação muito grande, muito cuidado com cenário, figurino, iluminação, música, essa magia que o teatro tem. Tudo isso só aumenta a expectativa de ver aqueles olhinhos brilhando na plateia.