O universo de um artista multifacetado é infinito. Grandes nomes da arte ao redor do mundo expressam seus talentos por meio da música, das artes dramáticas e das artes plásticas. Lvcas, de batismo Lucas Vinícius, que alcançou o estrelato ainda jovem graças a um sucesso estrondoso, deu um novo passo em sua trajetória ao lançar, em novembro de 2024, seu primeiro álbum, “Humanamente“, marcando oficialmente sua estreia no cenário musical. Ele estampa a nossa nova capa digital.
Cantor, compositor e multi-instrumentista, Lvcas se tornou um dos maiores expoentes da internet, conquistando milhões de fãs. Seu canal no YouTube, Inutilismo, acumula mais de 5 milhões de inscritos, enquanto seu Instagram soma 3 milhões de seguidores. Com vídeos que misturam humor e música, construiu uma identidade única, com roteiros criativos, edições precisas feitas por ele mesmo e, um talento inegável para a produção musical. Sua presença carismática e marcante tornou cada uma de suas publicações um verdadeiro espetáculo.
O sucesso de seus vídeos veio naturalmente. Com seu humor irreverente e sua capacidade de transformar qualquer hit, independentemente do gênero, em uma versão rock/heavy metal, Lvcas conquistou o público. Suas retrospectivas musicais de fim de ano se tornaram aguardadas tradições na internet, reunindo as faixas mais bombadas de cada temporada em produções grandiosas.
Agora, com “Humanamente” (2024), Lvcas entrega um álbum intenso, composto por 16 faixas que abordam dilemas humanos em uma sonoridade voltada para o rock e o metal. Como já cantava Elis Regina, “o novo sempre vem”, e Lvcas prova que sabe se reinventar, se firmando como uma promessa do heavy metal brasileiro.
Em entrevista exclusiva à Conexão Magazine, Lvcas fala sobre os desafios dessa transição em sua carreira, a participação especial de sua irmã no disco, seu processo de composição e como sua experiência no YouTube influencia essa nova etapa. Além disso, compartilha detalhes sobre a turnê e os seus próximos passos.
Confira a entrevista com Lvcas na íntegra abaixo:
Você começou sua trajetória na internet, assim como muitos novos expoentes da música. Sente que a fama como “youtuber” cria alguma barreira na sua carreira dentro do gênero heavy metal?
Eu acho que é muito mais o contrário. Eu sinto que isso me alavanca e me projeta; é muito mais um facilitador, um cortador de caminhos, do que algo que me atrapalha. É claro que isso pode gerar alguma resistência. Tem pessoas que já têm uma imagem muito clara de mim, que não tem nada a ver com a imagem de alguém ligado à música, especialmente ao heavy metal. Acho que é natural que algumas pessoas torçam o nariz por isso, mas o lado positivo disso é muito maior. Eu ganho muito mais do que perco, e está tudo certo. Eu entendo que é uma nova página sendo virada, quase do zero. Tenho muito o que conquistar ainda. Nesse sentido, todo mundo começa de algum lugar, em um estágio embrionário
No álbum, a única participação é da sua irmã, Luana Victoria em “Te Espero Aqui”. Por que escolheu não ter mais colaborações no disco e como foi produzir a faixa dela?
Esse primeiro disco é uma aventura muito pessoal, então eu quis deixá-lo restrito a mim. Eu sempre tive a ideia de fazer colaborações e não vejo a hora de dar esse passo, mas para esse primeiro momento, achei que fazia sentido que fosse só eu. Estendi essa ideia para a minha irmã, Luana, que está sempre ao meu lado, e achei que fez total sentido. Ela é uma pessoa incrível, com um talento indomável, algo realmente impressionante. Eu espero poder ajudá-la a lapidar esse talento e que ela consiga se explorar artisticamente, porque é algo muito sério. Então, a colaboração dela no álbum foi uma escolha natural e significativa para mim
Apesar da sua experiência na internet, a carreira musical é recente, e agora está embarcando na sua primeira turnê. Qual o maior desafio está enfrentando nessa transição?
Existem vários desafios nesse processo. Acho que o principal é ter que conquistar um espaço novo, porque não é porque você tem números em uma área que isso automaticamente te ajuda em outras. Não significa que seu caminho está consolidado em todas as frentes. Aqui, eu sinto que estou dando um reset na minha vida, o que é legal, pois é um novo desafio. Me sinto bastante motivado, mas não sei exatamente no que vai dar. Sei que ainda vou cometer muitos erros nesse começo, e por toda a minha vida, mas espero conseguir amadurecer com o apoio de quem me acompanha, de quem me assiste, e que está sempre ali, oferecendo o suporte que eu preciso.Tenho muita sorte de contar com o público que tenho, que sempre foi algo meio surreal para mim. A postura deles é algo muito impressionante. O que engrandece é justamente o meu público. Eu sempre falo: não sou o melhor músico, não sou o melhor cantor, nem o melhor guitarrista, mas tenho as melhores pessoas ao meu lado, e isso faz toda a diferença. Eu me gabo disso, de verdade. A nossa parada é diferente porque é um conjunto de pessoas incríveis, e isso é algo que acho muito legal e bonito.
Todas as faixas do Humanamente são compostas por você, além de ter assinado a produção junto com Marcelo Braga, e gravado os instrumentos. Isso tornou o projeto mais pessoal, com letras, que falam sobre sentimentos e experiências pessoais. O que espera que absorvam dessas músicas?
Quando eu faço música — e parece que estou fazendo isso há muito tempo, né? —, a maneira como estou me entendendo como compositor é essa: eu quero expressar algo que está dentro de mim e fazer com que as pessoas que ouvem a música se identifiquem com aquilo, que consigam pegar um pouco para si e se sintam parte de algo. Acho que esse é o meu maior objetivo ao fazer música: transmitir sentimentos e compartilhar experiências com as pessoas, fazendo com que elas se sintam parte de algo. Porque, no fim das contas, acredito que esse é um dos grandes objetivos da vida: se sentir parte de algo. Acho que todo mundo merece isso. Eu fico feliz por estar contribuindo com isso, criando esse laço, essa comunidade, que é muito forte. Qualquer pessoa que já tenha experimentado esse vínculo sabe que a nossa proposta é realmente diferente.
Ouça o álbum “Humanamente” aqui embaixo:
Agora que você realizou um sonho lançando seu primeiro álbum, quais são as próximas metas?
Tenho muitos objetivos pessoais, e um deles é tocar em um festival. Sempre tive essa vontade de tocar durante o dia, e com certeza, se eu for tocar em um festival, será bem no meio do dia, ao ar livre, sabe? Até agora, minhas experiências de show foram em lugares fechados, o que também foi incrível, mas eu realmente gostaria de viver essa experiência de estar em um festival, tocando com outras bandas, no meu horário. Tenho certeza de que, se acontecer, será uma experiência mágica para mim e, sem dúvida, para quem me assiste também. Vai ser um momento marcante, algo que vai fechar um ciclo e fazer todo mundo pensar: “Caramba, tantas coisas aconteceram até chegarmos a esse ponto.” Além disso, tenho como meta realizar mais colaborações com outros artistas, explorar novos sentimentos e, claro, continuar compartilhando experiências com as pessoas.
Sua identidade sempre foi ligada ao visual, algo que seus seguidores lembram desde o início no YouTube. Vemos essa preocupação refletida também nos seus clipes, como é para você a criação no audiovisual?
O processo de criação audiovisual, para mim, é algo essencial e, ao mesmo tempo, natural. Sempre estive muito ligado à produção de vídeos, e isso é algo que venho fazendo há muito tempo. Então, acredito que esse cuidado extra com os clipes seja algo orgânico. Já são mais de 10, 11 anos criando conteúdo no YouTube, e antes disso, eu já brincava com câmeras e produções. Isso se tornou algo natural para mim. Nos próximos clipes, o grande desafio é ter recursos para colocar em prática todas as ideias que tenho, porque, no fundo, tenho um time incrível ao meu redor. E posso me gabar disso: estou rodeado pelos melhores. Esses clipes, mesmo sendo de um projeto independente, saem com um nível de entrega incrível, não porque temos uma grande gravadora por trás, mas sim pela capacidade e pela vontade das pessoas envolvidas em fazer acontecer. Esse processo de criação é algo que eu adoro. Estou sempre muito imerso nele, seja como diretor, co-diretor ou editor — eu mesmo editei todos os meus clipes. Gosto de estar presente em cada detalhe, desde a criação até a finalização.
Queríamos saber se tem planos de levar o show de “Humanamente” para mais cidades e se pode adiantar alguma novidade para este ano?
Sim, tocamos no dia 23 de janeiro o nosso show de estreia na Áudio, que foi maravilhoso. Temos muito material desse show que vamos liberar em breve, já começamos a soltar no YouTube e está ficando muito caprichado. Às vezes, eu olho os vídeos e fico pensando: “Cara, nem parece que sou eu ali, sou só um menino!” O que podemos adiantar para 2025? A nossa intenção é levar esse show para o Brasil todo, sem dúvida. Queremos tocar em o maior número de lugares possível, fazer com que as pessoas conheçam o nosso show, sintam a nossa energia, conheçam o trabalho que estamos fazendo e, principalmente, vivenciem isso conosco. A história precisa ser construída e será feita assim, com muita gente envolvida, apaixonada pelo que faz, tanto da parte da banda, da equipe, quanto do público, que vai aos shows e faz tudo acontecer. E também posso adiantar que já estou aqui no meu estúdio em casa, rabiscando novas ideias. Em breve, deve sair algo novo do Lvcas, com singles, ou talvez um EP, ou quem sabe até um novo álbum. Então, fiquem ligados, porque novidades estão a caminho. E é isso, vamos amadurecendo, aprendendo, e a gente se vê por aí!
